Nessa quarta-feira (31/7) o governo iraniano interceptou um navio petroleiro no Golfo Pérsico. A nacionalidade da embarcação não foi revelada, mas ele transportava 700 mil litros de petróleo contrabandeado, e seguia para outros países da península arábica. O navio foi trazido para a costa iraniana e o combustível foi entregue às autoridades.
É a terceira interceptação desta natureza em menos de um mês. O primeiro navio interceptado era de origem panamenha e o segundo, sueco. A estratégia iniciou depois que a Inglaterra apreendeu um petroleiro iraniano rumando à Síria, no Estreito de Gibraltar. Foi uma abordagem que acirrou a tensão entre Irã e União Europeia, que tem sanções contra o governo sírio.
Trata-se de uma política iraniana de defesa, através da retaliação, contra o cerco econômico imperialista a países que buscam autonomia. Em 2018, os EUA abandonaram um acordo nuclear com os iranianos e passaram a pressionar aliados para uma guerra econômica contra o país. A Europa reluta em aderir completamente a esta política mas ensaiou um endurecimento, obtendo a resposta rápida dos iranianos: se o imperialismo tentar escravizá-los, haverá reação.
As sanções imperialistas estrangulam a economia iraniana mas esta nação resiste bravamente. O enriquecimento de urânio coloca o Irã como um rival arriscado no caso de invasão militar, e dificulta o controle imperialista. Caso “cooperasse” com os imperialistas, os iranianos já teriam sido vítimas de golpes ou intervenções. Mas o fato de o conflito ficar no nível econômico é visto, inclusive, pelas forças armadas iranianas, como uma mostra de que a probabilidade de conflito militar é cada vez menor.
De qualquer maneira, é uma política de autonomia e resistência que deve ser defendida. Quanto maior o sucesso dos iranianos contra os embargos imperialistas, mais o domínio da grande burguesia mundial se enfraquece, e maior é o exemplo para encorajar outras nações a fazer o mesmo.