A questão do Irã foi tema da última Análise Internacional com o companheiro Rui Costa Pimenta, na COTV, que acontece todas às sextas, às 16h. A partir da Análise, foi possível entender que o perigo que o imperialismo vem correndo de perder forças vem gerando respostas mais ostensivas e perigosas para os países atrasados e controlados pelo imperialismo. O Irã é um típico caso desses países que vêm sofrendo com a fúria dos EUA, principalmente por estar ameaçando os interesses políticos e econômicos do império estadunidense.
Depois que drones atingiram as refinarias de petróleo na Arábia Saudita, de modo bem suspeito, os EUA acusaram o Irã de serem os responsáveis pelo ataque, mesmo com o governo iraniano negando que tenha algo a ver com o ocorrido. Contudo, a história é mais complexa do que parece. O Irã tem um longo histórico de ser o centro de diversas crises políticas no Oriente Médio, principalmente por não abaixarem a cabeça para os EUA e, após o ataque às refinarias do maior produtor de petróleo do mundo – notícia que só fez subir o preço do barril – o imperialismo não poderia deixar de acusá-los.
O ataque às refinarias foi feito, na verdade, pelos rebeldes xiitas do Iêmen, país que está sofrendo um verdadeiro genocídio propagado pelo imperialismo e a imprensa capitalista age como se nada estivesse acontecendo, pois estão mais preocupados com a Venezuela e a tentativa de derrubar o governo de Maduro. Com a ajuda do imperialismo norte-americano, a Arábia Saudita já matou mais de 1 milhão de pessoa no Iêmen.
Os xiitas são ligados ao Irã, contudo, o problema religioso deve ser analisado de outra forma. Esse ataque é parte da guerra que a Arábia Saudita trava com o Iêmen há tempos, agora, forças xiitas reagem como podem ao massacre que a Arábia Saudita vem causando no país. O ataque às refinarias, obviamente foi tomado como pretexto para uma ofensiva do imperialismo contra o Irã, que pode culminar até em uma guerra. Tudo isso tendo em vista que o Irã já está sofrendo embargo econômico dos norte-americanos e, pelo tamanho do ataque e prejuízo, cria-se uma situação completamente nova para uma ofensiva imperialista.
Irã é o ponto central de toda crise do Oriente Médio. Mesmo sendo dos maiores países do Oriente Médio, não é um país árabe, aliás, são uma civilização muito mais antiga do que os árabes, os antigos persas. Apesar de falarem uma língua diferente, são islâmicos, onde a maioria do país é de uma facção do islamismo dissidente, que são os xiita. Contudo, é uma religião de vários setores de diversos países árabes, fator importante no contexto da crise, pois todos os países do Oriente Médio tem xiitas em sua população, sendo algumas até a maioria.
O fator religioso tem sua importância, mas não é o principal. O ponto fundamental se encontra no fato de que, na Revolução Iraniana em 1979, os representantes do imperialismo foram derrubados, manobra que rendeu um período de choque com o imperialismo, principalmente o norte-americano, até hoje.
Os dois países mais importantes do Oriente Médio são o Irã e Arábia Saudita, o que torna preocupante para os outros países em volta uma possível guerra. A Arábia Saudita não passa, na verdade, de um capacho dos EUA para atacar o Irã. O país saudita, que possui um governo absolutista, uma monarquia que, inclusive, está bem fora da época atual, conseguiu se sobrepor ao país todo devido ao controle do petróleo saudita. Os norte-americanos chegaram a fazer um acordo para que o petróleo fosse uma base de sustentação do dólar americano.
O EUA tentaram o mesmo com o Irã, fazer acordos, mas perderam o controle, desestabilizando politicamente a região. Se posicionar contra o Irã, baseando os ataques ao país pelas políticas demagógicas do imperialismo, pelas premissas falsas que se encontram nos discursos dos EUA sobre “democracia”, é se coloca ao lado do imperialismo norte-americano e da Arábia Saudita, país onde a mulher não pode, inclusive, dirigir um automóvel. Se deixar levar por esses engôdos é ser completamente manipulado por uma politica de conjunto do imperialismo, que aparenta ser democrático, mas, na verdade, é bem ditador.