Da redação – Nesta quarta-feira (24) Raul Jungmann, Ministro de Segurança Pública, declarou que foi aberto um inquérito para investigar o coronel Carlos Alves, que teria feito ameaças à atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber. O inquérito foi aberto pela Polícia Federal ainda na terça-feira, dia 23, a pedido da Procuradoria-Geral da República e da Segunda Turma do STF.
Além dessas instituições, o próprio comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, solicitou ao Ministério Público Militar a investigação sobre a conduta do Coronel Carlos Alves. As investigações tem como base um vídeo no qual o militar da reserva faz inúmeras declarações a respeito da atual situação política e se posiciona sobre a presidente do TSE.
No vídeo, o militar dá a seguinte declaração: “Olha aqui, Rosa Weber, não te atreve a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa prova indecente do PT de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral, acusando-o de desonestidade, de ser cúmplice numa campanha criminosa fraudulenta com o WhatsApp para promover notícias falsas”. O Coronel ainda afirmou que não seria aceito um resultado eleitoral que não fosse a vitória do fascista Jair Bolsonaro, e que o TSE é composto de canalhas e vagabundos.
No entanto, diferentemente do que se poderia pensar, a série de investigações abertas para apurar o caso, não passa de uma farsa que tem a intenção de dar ao regime político um caráter de legalidade e legitimidade. A verdade é que os próprios militares já controlam de conjunto o regime político no país, inclusive o sistema judiciário, na medida em que colocaram elementos chave das Forças Armadas em vários postos estratégicos do poder no Brasil, como é o caso do General Sérgio Etchegoyen que comanda o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e do General Fernando Azevedo e Silva que é assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, os militares já vieram à público diversas vezes para ameaçar as instituições caso suas vontades não fossem cumpridas, como ficou evidente durante o julgamento do ex-presidente Lula quando o próprio comandante do Exército, General Villas Bôas, fez ameças em sua conta no Twitter para que fosse dada uma decisão contra Lula. No caso do Coronel Carlos Alves, o que acontece é que as instituições, todas elas dominadas de cima a baixo pelos militares, estão tentando aparentar um funcionamento normal, buscando uma aparência de legalidade quando, na verdade, os militares organizam e levam adiante um Golpe Militar que joga no lixo a Constituição e pretende atacar violentamente os trabalhadores.
É preciso denunciar a ameça real de um Golpe Militar no Brasil bem como o avanço dos Generais sobre as instituições, o que consolida o Golpe de Estado no país. Abaixo o Golpe, Fora Militares do Poder!