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Intervenção no Rio: militares estupram meninas em favelas ocupadas

A Intervenção Militar no Rio de Janeiro mostrou a que veio:  relatos dos moradores das favelas registram roubos, invasões de casa, agressões físicas, incluindo estupros. O relatório parcial Circuito de Favelas por Direitos, elaborado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, explicitou através de relatos a série de violências vividas cotidianamente pelos moradores das favelas. Dentro do conjunto de barbaridades praticadas pela policia, está a violência sexual contra mulheres, com inúmeros casos de estupro.

“Eles entraram numa casa que era ocupada pelo tráfico. Lá tinha dois garotos e três meninas. As meninas eram namoradas de traficantes. Era pra ser todo mundo preso, mas o que aconteceu é que os policiais ficaram horas na casa, estupraram as três meninas e espancaram os garotos. Isso não pode estar certo” relatou um dos moradores entrevistados pela Ouvidoria. Em outro caso, uma adolescente descreveu ter sido revistada com duas amigas por PMs homens, o que contraria a lei — o artigo 249 do Código de Processo Penal afirma que a busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. “Ele vem revistar a gente, já gritando, chamando a gente de piranha, mulher de bandido, drogada. Vem empurrando e mexendo na gente. Eu sei que só mulher que pode revistar mulher, mas se nós não deixar [sic] leva tapa na cara”, relembra a jovem.

Os relatos sobre abuso sexual a mulheres são só um viés do terror cotidiano a que os moradores de favelas no Rio de Janeiro sofrem. O terror de Estado contra essa população é irrestrito e faz parte do cotidiano de mulheres e homens de todas as idades.

“Conversamos com meninas de 8, 10 anos e elas narram as situações de tortura, de feridos, das mortes, onde se escondem em tiroteios com uma naturalidade… Vamos nas casas das pessoas, vemos onde ela está, as condições, é uma intrusão que fazemos. Hoje visitamos um casal jovem com dois filhos, o mais velho com 4 anos e a menina de 2 anos, e perguntei sobre tiroteio: ‘ah, a gente vai para o banheiro onde tem mais parede, menos risco de ser atingido’. Pedi para ver o banheiro: um ambiente minúsculo, eles ficam espremidos e, quando tem tiroteio de madrugada, os pais chegam no banheiro e o filho de 4 anos já está”, explica Pedro Strozenberg, pesquisador responsável pela realização do relatório.

Esse terrorismo de Estado implantado no seio do cotidiano das comunidades do Rio de Janeiro mostra qual é a finalidade real da Intervenção Militar no Rio de Janeiro: desmontar toda e qualquer forma de resistência popular, impedir a organização do povo por meio dos assassinatos em série, torturas, estupros e tiroteios, e ensinar logo as novas gerações a face monstruosa do Estado.  Os policiais militares, as Forças Armadas e todas as forças táticas são forças repressivas empregadas pela burguesia para manter a população subjugada e não para “levar segurança para a população”. Isso justifica a serie de abusos de poder por parte dessas organizações.

“O café da manhã do trabalhador que sai de madrugada às vezes é um tapa na cara”, explica um morador. “Aqui na rua que eles torturam o menino. Do lado da minha casa. Meus vizinhos foram ver o que tava acontecendo e um deles policiais disse: ‘por isso que vocês morrem’”, conta outra pessoa. Em outro caso, um casal passou por uma abordagem e o militar revistou a garota “de forma abusiva”. Segundo ela, o policial a respondeu quando questionado sobre a ação. “Se você fizer alguma coisa você vai presa por desacato, mas pra mim não pega nada porque eu sou autoridade”, relatou sobre a revista, feita em frente ao namorado.

Também são comuns os relatos de policiais drogados em serviço, utilizando-se das mesmas drogas e do mesmo trafico que a imprensa burguesa demagogicamente diz que eles combatem.

“O caveira [militar] parou e colocou uma carreira de pó no capo do carro e mandou ver. Nunca vi ninguém cheirar e ficar endemoniado como aquele polícia. Antes ele estava passando sério e sem dá nem um tchum pra nós. Depois parecia um capeta”, conta um dos moradores, seguido de outro flagrante. “Ele [militar] ficava com uma garrafinha de guaraná e toda hora ficar colocando no nariz. Guaraná não se bebe pelo nariz, né, dona?”, disse.

Tudo isso prova que a policia do Estado burguês serve como agente politico da própria burguesia. Dessa forma, é preciso lutar pela dissolução da policia burguesa, passando o cuidado da segurança para as mãos da classe e das pessoas que devem ser defendidas. Ou seja, criando grupos de autodefesa locais, as milícias populares. No Brasil hoje, para o desenvolvimento da luta contra o terror dos militares nas favelas, é preciso lutar contra o Golpe de Estado que capitaliza a repressão contra o povo brasileiro, lutar contra a ampliação do poder das Forças Armadas no Estado e lutar contra a Intervenção Militar no Rio de Janeiro. Tudo isso se centraliza na luta pela Liberdade de Lula a partir da organização do povo mobilizado nas ruas.

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