A macrorregião de Três Lagoas teve sua pior semana em número de novos casos de covid-19. Conforme dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 443 ocorrências foram confirmadas entre 16 e 22 de agosto. O crescimento em relação a duas semanas é de 75,7%.
A cidade de Três Lagoas foi o primeiro “epicentro” da pandemia de Covid-19 no interior do Estado. Até maio, a cidade só ficava atrás da Capital em número de casos e mortes pela doença.
A pandemia da COVID-19 segue deixando um rastro de mortos no país no momento em que os governadores, que chegaram a ser apresentados como “científicos” em oposição a Bolsonaro, promovem a reabertura total da economia.
Essa retomada do crescimento de casos e consequentemente de mortes está claramente relacionada com a reabertura total da economia, e é a política geral da burguesia para conter suas perdas econômicas.
No cenário nacional temos uma média superior a 1.000 mortes diárias, um verdadeiro genocídio da população brasileira. E nunca é demais lembrar que esses são apenas os números oficiais, num dos países que menos testa para COVID-19. O único país com mais mortes por COVID-19 que o Brasil até agora são os Estados Unidos, que já acumula mais de 150 mil mortos.
Um dos argumentos mais utilizados para justificar as medidas de reabertura econômica adotadas tem sido a “estabilização” dos casos. Esse argumento precisa ser compreendido concretamente. É preciso ter em conta que a estabilização significa que o número de mortes diárias está relativamente estável, ou seja, nem aumenta nem diminui.
O que esse termo tranquilizador não expressa é que essa estabilidade significa de fato mais de 250 mortes por dia.
A farsa do cientificismo atribuído a políticos de fascistas como Wilson Witzel e João Dória, entre outros, fica cada vez mais evidente. Nenhum dos direitistas que encenaram uma oposição à política de reabertura econômica irrestrita de Bolsonaro apresentou nada além da quarentena (ainda assim muito limitada) como medida de combate à pandemia. E agora, no momento mais crítico, estão completamente alinhados com o ilegítimo presidente.
Fica evidente, que o que irá derrubar Bolsonaro não serão denúncias de corrupção, que renderam uma campanha de tweets neste final de semana por parte da esquerda, muito menos, os acordos da Frente Ampla com a burguesia, a mesma que deu o golpe de Estado, elegeu Bolsonaro, e impulsiona os ataques aos trabalhadores. A esquerda, se não quer capitular frente a uma eminente ditadura, precisa imediatamente organizar a classe trabalhadora. Apenas a mobilização, as greves, as manifestações de rua, fortemente impulsionadas sob a palavra de ordem do “Fora Bolsonaro!” poderão garantir a vitória sob os fascistas.