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O jogo dos golpistas

Interdição de Bolsonaro? PSOL faz da política um caso clínico

Afastar o presidente da República por problemas supostamente psiquiátricos é um desvio total da luta política

Na última semana, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, deu declarações defendendo o afastamento do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro por um suposto transtorno mental. A “prova” apresentada pelo psolista teria sido o fato de que Bolsonaro foi fotografado oferecendo cloroquina para uma ema no Palácio do Planalto. Não por acaso, a Globo News, na tarde da sexta-feira (24), também deu a entender que o fascista estaria fora de seu juízo perfeito.

O pedido de interdição do presidente da República é desvio total da luta política e poderá levar a uma série de consequências que apenas contribuirão para a manutenção do regime político. Em primeiro lugar, é preciso sinalizar que o pedido de interdição é mais uma demonstração de que o PSOL ainda não foi capaz de compreender a essência da campanha pelo Fora Bolsonaro.

Bolsonaro deve ser derrubado porque foi imposto pela burguesia por meio de uma eleição fraudulenta para atacar francamente a população. O Fora Bolsonaro, portanto, é uma campanha para que o povo tire do poder, de maneira definitiva, a corja golpista que vem conspirando contra o próprio país há anos. Pedir a interdição de Bolsonaro nada tem a ver com a derrubada do governo e, portanto, nada tem a ver com a campanha do Fora Bolsonaro. Trata-se apenas de uma encenação de tipo eleitoral contra o presidente ilegítimo.

Para o PSOL, pode haver algum ganho em aparecer nas eleições municipais de 2020 com os dizeres “não vote no candidato apoiado por um ‘louco’, vote no candidato do PSOL. Para o povo, que continuará sendo atacado duramente pelo regime político golpista, não haverá diferença alguma.

Em segundo lugar, precisamos sublinhar o gravíssimo precedente que se abriria caso Bolsonaro fosse interditado. Nos últimos anos, a direita fez bastante campanha contra Dilma Rousseff, alegando que ela seria “desequilibrada”, “louca’, “instável”. Se já houvesse o precedente da derrubada de Bolsonaro, facilmente a burguesia poderia se aproveitar da situação para pedir a interdição de uma presidenta que foi eleita por 54 milhões de votos. Bastaria que um médico direitista e canalha suficiente para atestar contra a sanidade da presidenta. E isso não falta, basta ver o caso de Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Por fim, precisamos também destacar que a caracterização de líderes da extrema-direita como “loucos”, “insanos” e “desequilibrados” é algo que sempre foi repetido pela esquerda durante a história. Não foi diferente durante o nazismo. E em todos esses casos, chamar os fascistas de “loucos” apenas serviu para ocultar o que de fato são: agentes mercenários financiados diretamente pelo imperialismo para aplicar a política dos bancos. Isto é, chamando Bolsonaro de “louco”, todo o problema da ofensiva do imperialismo, do apoio da burguesia à extrema-direita e do regime político com características fascistas se perde. E quem acaba ganhando com isso é a própria burguesia, que ganha mais uma oportunidade de manter o seu domínio sobre as massas por meio do rótulo de “científica”, “sã” ou “sensata”.

O que chama mais a atenção é que esse tipo de erro político, fruto de uma total desorientação e ignorância em relação ao fascismo, revela um profundo desespero em uma situação que não é, necessariamente, desesperadora. Recentemente, a burguesia divulgou pesquisas em que Bolsonaro aparece como favorito para as eleições de 2022. Nesse cenário, em que Bolsonaro goza de enorme popularidade, o desespero do PSOL seria até compreensível. No entanto, isso não corresponde, nem de longe, à realidade. Bolsonaro é extremamente impopular e a revolta contra o seu governo é cada vez maior. Os atos radicais contra a extrema-direita, que varreram os bolsonaristas das ruas, são prova disso.

A política de apoiar as instituições burguesas — afinal, não bastará apenas de um médico para interditar Bolsonaro, mas sim o conjunto do regime político — é o que ainda mantém o governo de pé. O dever de todas as organizações dos trabalhadores é o de, nesse momento, impulsionar a mobilização revolucionária do povo para pôr abaixo o regime político golpista.

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