Não bastasse a campanha massiva da grande imprensa capitalista contra os países acuados pela política imperialista, em meio ao cerco imperialista ao Irã, o sítio do jornal The Intercept inicia campanha pró-imperialista e inicia “uma série de reportagens sobre o maior vazamento de documentos da história sobre o funcionamento das organizações de espionagem do Irã”.
Nessa segunda-feira (27), em matéria intitulada “Vazamento inédito revela os detalhes da espionagem do Irã no Iraque”, o jornal The Intercept diz ter recebido através de uma fonte anônima, um arquivo com mais de 700 páginas de telegramas do Ministério da Inteligência e Segurança do Irã, o MOIS, o qual revela a interferência política iraniana no Iraque e outros países da região. No entanto, cabe destacar que não se trata apenas da simples divulgação de conteúdo jornalístico, mas da forma que se trata uma questão fundamental (a luta dos povos oprimidos contra o imperialismo) que, nesse caso, ignora toda a causa da situação atual do oriente médio, fazendo campanha para a política imperialista, colocando, no final das contas, o Irã como um país agressivo e dominador.
Após um resumo simplório de alguns dos principais acontecimentos da política iraniana, a matéria, claramente, destaca à interferência do Irã na política iraquiana, o que – de fato – procede, visto que a maioria da população iraquiana também é xiita, assim como no Irã. Em todo caso, a ação de Soleimani na construção de uma resistência anti-imperialista na região parece ser colocada em segundo plano; dando espaço a articulações entre os diversos setores governamentais em jogo. Ora, tratemos a questão do Irã sob um plano concreto – a tentativa de sobrevivência ante a sequência de ataques econômicos e, sobretudo, bélicos por parte do imperialismo capitaneado pelos EUA. De acordo com a matéria, a tal “influência” do Irã no Iraque é vista como algo mau; como se através de uma análise metafísica – pudéssemos isolar a conjuntura de ataques ao Irã – de toda a pressão política exercida pelo imperialismo na região. É como se a luta em questão fosse entre a democracia iraquiana e a iraniana; e o imperialismo, nesse caso, não passa de uma questão subordinada à democracia em questão.
Podemos concluir que a matéria constitui um ataque ao Irã porque dá a entender que ele é um país agressivo e dominador em relação ao Iraque, que manipula a política do Iraque. Sabemos, portanto, que quem faz isso sempre são os EUA, que invadiram o Iraque e destruíram o País, além de usarem os países da região que conseguem controlar para cercar o Irã e atacá-lo, inclusive militarmente, como vimos no assassinato de Soleimani. O Irã está apenas se defendendo como pode das agressões imperialistas.
