Com o vacilo das lideranças políticas de esquerda brasileiras, pedindo “pacificação” e “alianças democráticas” pelo fim da polarização política, a direita encontra novo terreno para avançar. É neste contexto que os fascistas e nazistas voltam a colocar as garras de fora, e posar com seus símbolos. Um destes grupos são os integralistas. Movimento nacional com inspirações nazifascistas, atuante na década de 30 na repressão ao comunismo, e adormecido desde então.
No atentado da semana passada à produtora de vídeos Porta dos Fundos, a Polícia Civil identificou um dos suspeitos como sendo Eduardo Fauzi Richard Cerquise. Ele é presidente da associação de guardadores de carro e já tem outras passagens pela polícia por uso de violência.
Fauzi é filiado ao PSL desde 2001. Trata-se de um dado importante, que ajuda a mostrar a conexão do governo com grupos da extrema-direita fascista. São grupos normalmente formados por pequeno-burgueses falidos, e lumpem-proletários que carregam ideais reacionários, como o retorno da monarquia, valores religiosos arcaicos, preconceitos raciais. Impulsionados pela burguesia, ambicionando alguma ascensão social, estes grupos se dispõem a fazer o sujo trabalho de reprimir a classe trabalhadora.
Estes grupos não tem nada de esquerdistas, muito embora a propaganda burguesa procure fazer esta confusão, e colocá-los em pé de igualdade com as ideologias socialista e comunista. São grupos que sempre se alinharam à direita e combateram a esquerda.
O modus operandi é essencialmente o mesmo de sempre – embora os acadêmicos novidadistas gostem de desenvolver novas classificações em seus artigos. Chamá-los de “neonazistas”, “protofascistas” e outros termos serve apenas para confundir o caráter essencial da luta de classes. Faz tanto sentido quanto renomear as classes sociais da atualidade para “neoburguesia”, “neoproletariado”, etc.
O problema essencial é que a crise econômica não foi embora, não se resolveu sozinha, tornando-se cada vez mais explosiva. Para conter a indignação popular, a burguesia precisa apoiar milícias paraestatais dispostas a reprimir e amedrontar a população trabalhadora. Mas assim fazendo, a burguesia só dá duas alternativas aos trabalhadores: reagirem ou serem esmagados.
O ano que entra deve ser de aprofundamento da polarização e da radicalização na luta contra todo o regime golpista e bolsonarista!
