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Ficção do mundo sem crise

“Instabilidade política não afeta a economia”?

O Brasil está à venda, é o que dizem os banqueiros da XP

O capitalismo anda tão frágil que precisa acreditar em palestras de garotos propaganda. Por isso o presidente da financeira e consultoria XP Guilherme Benchimol teve que ir em show organizado pelo jornal O Estado de S.Paulo para dizer que “a instabilidade política vivida atualmente pelo País não é novidade e não afeta a economia” (Agência Estado, 5/5/2020). Logo o presidente de uma empresa que já foi condenada por “uso de algoritmos que favoreciam a empresa em detrimento de seus clientes” (Exame, 6/8/2019).

Ao contrário do que querem fazer parecer alguns economistas acadêmicos burgueses, o neoliberalismo brasileiro não acabou por conta do auxílio de R$ 600 dado para uma parcela das pessoas que estão desempregadas e com fome. Esse “custo” que é condenado pelo ministro da Economia e que ele fazem questão de dizer que é passageiro, não afetará o plano de privatizações, de redução do Estado e de achatamento dos salários. Falam isso para mostrar aos investidores capitalistas, especialmente estrangeiros, que o desmonte do país continuará e que não haverá problemas econômicos para a exploração.

Fazem questão de que isso seja falado a todo o momento pois temem a explosão de uma crise econômica que repercuta na bolsa de valores, coloque o povo na rua em revolta popular e espante os tais investidores antes que as condições de repressão militar e policial estejam montadas.

Quando se olha a economia capitalista mundial, se vê o poder econômico da burguesia se espalhando pelo mundo com uma força incontrolável. Mas, escondida sob essa armadura que se finge impenetrável está um sistema econômico nos seus limites, em crise e frágil. O mundo do capital financeiro, que se transformou o capitalismo, é um mundo construído sobre bases que podem se esfarelar nos poucos minutos de um pregão de bolsa de valores ou da explosão noturna de uma crise sistêmica do mercado bancário internacional.

E foi nesse contexto de trilhões de dólares que circulam em segundos pelo mundo, sendo que poucos deles têm respaldo direto na produção, que surgiram teorias econômicas burguesas as mais esdrúxulas baseadas em coleções de aforismos da psicologia clínica e maquiadas por um falso cientificismo dado por equações matemáticas. Nos anos de 1970, para fazer frente à teoria econômica keynesiana, ganharam notoriedade os economistas norte-americanos John Frase Muth e Robert Lucas que criaram uma teoria de que os capitalistas, já que detentores de todas as informações de mercado, com uso de ferramentas estatísticas e matemáticas, fazem escolhas racionais em função de expectativas racionais do que irá acontecer na economia e assim maximizam seus lucros. Depois deles, as escolas de economia se encheram de econometristas, economistas que fazem uso de fórmulas e de algoritmos dizem o que pode e o que não pode em política econômica. Sempre, é claro, favorecendo empresários e produzindo prejuízos para os trabalhadores, igual ao que a financeira XP fez com seus pequenos clientes.

Essas teorias econômicas burguesas escondem os processos de extração do lucro via a exploração dos trabalhadores, a necessidade de rígido controle social e a existência de forças armadas para conquista e manutenção de mercados, ao mesmo tempo em que escondem as contradições internas do sistema capitalista, a concorrência entre empresas e países, os diferencias de custo entre processos produtivos, e inúmeras outras situações concretas que afetam tanto a economia real (industrial e comercial), quanto a economia baseada em dívidas, bolsas e finanças (capitalismo financeiro).

A função desses capitalistas, como o presidente da financeira XP, é fazer propaganda contra a realidade. Dizer que não existe crise, mas sim que “o Brasil está barato”, como afirmou na palestra do jornal O Estado de S.Paulo, para que os investidores venham e comprem tudo o que puderem, pois serão garantidos os lucros, mesmo que se forem vender as empresas só como ferro velho.

Quando vier a próxima crise das bolsas de valores, inventarão outra teoria e vão gastar os dólares que ganharam vendendo o Brasil em outro lugar. Enquanto isso, criam e sustentam, com ajuda da imprensa burguesa, a ideia de que o capitalismo, mesmo em um país como o Brasil, é forte e não se debilita com uma política que desmorona a olhos vistos.

Nesses momentos fica mais concreta e atual a percepção de Marx e Engels, no Manifesto Comunista: “As relações burguesas de produção e de intercâmbio, as relações de propriedade burguesas, a sociedade burguesa moderna que desencadeou meios tão poderosos de produção e de intercâmbio, assemelha-se ao feiticeiro que já não consegue dominar as forças subterrâneas que invocara.”

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