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Ataque às ciências humanas

Inimigo da educação, Bolsonaro corta bolsas das Ciências Humanas

Medida publicada pelo CNPq exclui as ciências humanas das 25.000 bolsas de iniciação científica do período Agosto de 2020 até Junho 2021.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob controle da extrema-direita bolsonarista, publicou uma medida que exclui as ciências humanas das 25.000 bolsas de iniciação científica previstas para o período de Agosto de 2020 a Julho de 2021.

Como forma de estabelecer uma censura às linhas de pesquisa, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) estabeleceu o critério do enquadramento às áreas de “tecnologia prioritária”. Essas áreas seriam as Tecnologias Estratégicas, Tecnologias para Qualidade de Vida, Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável, Tecnologias de Produção, Tecnologias Habilitadoras. Se um projeto de pesquisa não for enquadrado nestas categorias, a bolsa de iniciação científica está automaticamente negada.

Para a atual gestão do MCTIC e o CPNq, nomeados pelo presidente fascista Jair Bolsonaro, as ciências humanas só podem receber fomento se estiverem estritamente atreladas ao desenvolvimento de tecnologias. Isto significa que as ciências humanas devem estar atreladas aos interesses do mercado e inseridas dentro de uma concepção tecnicista. O rígido enquadramento ideológico e político é uma forma de impedir o desenvolvimento de pesquisas críticas sobre a realidade social brasileira, que, por sua vez, possam criticar o governo Bolsonaro e questionar a estrutura social do país, marcada pela miséria, exploração e opressão das massas.

Em diversas ocasiões, Bolsonaro demonstrou ser uma grave ameaça aos estudantes em seu conjunto. Os estudantes da área de ciências humanas, que em grande medida são oriundos das camadas mais pobres, conseguem furar o bloqueio social do vestibular e adentrar nas universidades públicas, que foram concebidas para os filhos da burguesia e as camadas mais altas da classe média. Para se manterem nos estudos, os estudantes pobres necessitam das bolsas e auxílios, bem como de políticas de permanência estudantil.

O corte de bolsas nas ciências humanas promovida pelo governo Bolsonaro representa uma tentativa de censurar e controlar ideologicamente os professores, os estudantes e as pesquisas desenvolvidas, sob a base da chantagem explícita. Se as pesquisas não estiverem dentro do que o governo Bolsonaro considera “área de tecnologia”, sob seus próprios critérios, não será possível obter a bolsa.

A mobilização das organizações estudantis e da juventude é o caminho para impedir os ataques aos estudantes e o avanço da censura e do controle ideológico promovido pelo governo Jair Bolsonaro. A União Nacional dos Estudantes (UNE) e as demais organizações estudantis, como os DCEs e os CAs devem ser a ponta de lança da luta em defesa dos estudantes.

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