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Universidade Marxista

Inicia-se o maior curso jamais visto no Brasil sobre o stalinismo

Na 1ª aula foi feita uma explicação sobre o papel histórico: “O stalinismo surgiu num momento crucial da luta de classes e serviu para salvar o capitalismo da Revolução"

Nesta terça (5) ocorreu a 1ª aula do curso “O que foi stalinismo”, a maior atividade de formação marxista do País e do mundo neste início de ano. iniciativa do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

A primeira aula do maior curso de formação marxista do País e do mundo, possivelmente, iniciou-se com uma introdução ao tema, apresentando o panorama geral do stalinismo.

O companheiro Rui Costa Pimenta traçou um histórico do fenômeno social da burocracia estatal operária. Explicou que o stalinismo não é uma ideologia, mas uma força social, logo, que se apoiava numa classe social, a classe operária que criou o 1º Estado operário do mundo.

Ele explicou que a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1991, levou também ao desaparecimento da burocracia stalinista. Isto porque o 1º Estado operário do mundo era o terreno econômico, social e político da burocracia.

Logo, não há mais as condições concretas para a existência do stalinismo. Nos dias de hoje, o que é chamado de stalinismo, através de organizações e pessoas que se reivindicam como tal, nada mais é do que uma espécie de culto à figura de Stálin, bem como uma tentativa de reprodução da política que os stalinistas empregaram na URSS, sem qualquer base material para ela. Seria o que este Diário já definiu como “stalinistas de RPG”, sem gulag, sem polícia política e sem cargos na burocracia, apenas um saudosismo político.

Rui explicou que o stalinismo nos dias atuais surge como uma necessidade contrarrevolucionária da burguesia, uma tentativa de reagrupar uma esquerda que esteja voltada a combater o programa revolucionário dos tempos de hoje, ou seja, o trotskismo, que é o programa marxista, leninista, da revolução, do governo operário e do comunismo.

Stalinismo, um desserviço ao comunismo

No ponto seguinte, o dirigente do PCO explicou como o stalinismo foi utilizado pela burguesia para criar uma ideia padrão do que seria o comunismo e a ideologia revolucionária do marxismo. Está imagem se apoiava na política reacionária do stalinismo e sua consequente e profunda desmoralização, para propagar e incutir em todo o mundo uma generalização e distorção da revolução, do governo operário e do comunismo.

O imperialismo mundial, desta forma, utilizou a postura totalmente contrarrevolucionária do stalinismo para fazer campanha contra o governo operário, a União soviética e a revolução socialista. No entanto, um dos pontos chave da política da burocracia stalinista, que foi a adoção da frente popular – de que era necessário a classe operária abandonar seu programa político de luta pelo poder e passar a apoiar setores da própria burguesia e do imperialismo – coincidentemente não teve a crítica da burguesia, que viu no stalinismo um grande aliado do século passado. Os marxistas, diferente da campanha reacionária, já criticavam o stalinismo durante o curso dos acontecimentos, mesmo antes de uma visão negativa mundial, impulsionada pelo imeperialismo.

Desta forma, o estudo do stalinismo não tem apenas o objetivo da leitura histórica dos grandes acontecimentos do século passado, mas sim o da compreensão da luta política que se estabelece nos dias de hoje. Isto porque a política de frente popular largamente empregada pelo stalinismo, hoje se apresenta como a frente ampla dos setores da esquerda com a direita golpista, como o caso das eleições da Câmara dos deputados ou das eleições dos EUA, por exemplo, onde a esquerda abandonou uma política própria em detrimento de apoiar um setor da burguesia, diga-se de passagem o setor mais imperialista.

O mito da vitória sobre o fascismo

Rui também explicou que essa adoção à política da frente popular, fez com que o stalinismo desse guinadas políticas bruscas. Hora alianças com o imperialismo dito “democrático” (Inglaterra, EUA), hora com o próprio nazismo, que seria o imperialismo “antidemocrático” (Alemanha). Chegou-se ao desnorteamento total de se propagar que a única forma de derrotar o fascismo seria através da aliança com a Inglaterra e os EUA, ou seja, que a única forma de derrotar a burguesia seria a aliança com a própria burguesia.

O stalinismo é uma determinada forma da luta de classes

Com todas as capitulações apresentadas até este ponto, no entanto, o presidente do PCO explicou que a burocracia stalinista não é um problema do indivíduo Stálin e que portanto, é necessário entender como ela se formou. Alguns setores da esquerda, durante o século XX, chegaram a caracterizar a burocracia como uma nova classe social, o que gerou muita confusão no período, levando à uma compreensão errada do fenômeno, daí a necessidade de estudar a formação histórica e o desenvolvimento do stalinismo, o que será feito no curso mais adiante.

Stálin tirou a URSS da época do arado para a da bomba atômica?

Rui explicou que a propaganda da burocracia criou uma série de mitos dos mais absurdos, como o de que a direção de Stálin teria promovido um grande desenvolvimento da economia soviética, que teria dado saltos qualitativos muito grande, do arado até a bomba atômica. No entanto, o colapso da União Soviética é um veredicto histórico de porque esses mitos eram apenas auto-propaganda. Ele explicou que hoje a Rússia é um País mais atrasado que o Brasil, que nunca fez nenhuma revolução socialista. “Quando caiu o Estado operário a economia voltou para o passado? Não, ela nunca foi para o futuro”, afirmou o dirigente.

O “socialismo” dos stalinistas vs o socialismo de Trótski

Entre estes mitos, no entanto, a burocracia soviética chegou a afirmar que a URSS estaria a um passo do comunismo, criando uma impressão completamente deturpada do que seriam socialismo e comunismo. Desta forma, Rui lê trechos da obra de Trótski descrevendo o que é o socialismo como um regime de abundância em todos os sentidos. O que permitiria um estado humano superior a qualquer fase do capitalismo, o que não podia se dar de forma alguma num Estado operária pobre e destruído por guerras e limitado ao atraso material de sua conjuntura nacional e período histórico. Desta forma, Rui segue a leitura de trechos de Trótski dando exemplos de como será o socialismo.

A aula ainda abordou o período da grande depressão de 1929, o mais revolucionário que a sociedade capitalista já viu. Momento em que a burocracia stalinista se consolida, que aplica na Alemanha uma política que leva a classe operária à derrota, ou seja, no principal país capitalista do mundo naquele momento. Em seguida, o stalinismo orienta sua política em torno de consolidar seus interesses, sacrificando os da classe operária em todos os outros países.

“Stálin colocou Hitler no poder”

Até este momento, a postura do stalinismo bloqueou a revolução proletária, sobretudo após a crise de 1929, o que permitiu a ascensão do fascismo. “Stálin colocou Hitler no poder”. Diante do momento mais esperado por todos os revolucionários da história da humanidade, quando da crise de 29, conhecida como “grande depressão”, o stalinismo selou pacto com Hitler, o que permitiu a ascensão do nazismo.

Mas não parou por aí. Após tudo o que ocorreu na 2ª guerra, ele selou pacto pela estabilidade da economia capitalista no momento de maior dificuldade desta, o que ocasionou na estrangulação das revoluções pelo mundo.

Frente popular na França

Como se não bastasse, a recuperação da economia capitalista teve o apoio vigoroso da burocracia stalinista, que participou do governo semi-nazista da França para fazer o capitalismo voltar a funcionar. Também promoveu o desarmamento dos grupos armados na França, defendido pelo secretário geral do PCF (Partido Comunista Francês). O jornal do Partido chegou a publicar a manchete: “Uma só polícia, um só exército, um só Estado.”

A divisão da Alemanha

Na Alemanha, hoje o País mais importante da Europa, seu coração econômico e onde existe a maior classe operária europeia, a burocracia stalinista promoveu a divisão da Alemanha junto com o imperialismo.

“Se os EUA invadissem o Brasil e dividissem o País em 4, seria uma medida democrática? O povo deveria aceitar?”, questionou Rui!

Ele também citou que o stalinismo foi duramente contra a mobilização revolucionária de 1968, na França, na Itália e em todos os lugares. Na Tchecoslováquia, a URSS invadiu o País para reprimir um movimento revolucionário.

A especialidade do stalinismo. Assassinar comunistas

Como se tudo isso não bastasse, foi denunciado como o stalinismo aniquilou todas as gerações comunistas após a Revolução Russa de 1917! Quase todas as pessoas que tiveram um papel minimamente significativo na Revolução de 17 o stalinismo assassinou. Mas não foi só isso, ele também assassinou a geração seguinte, das pessoas que ingressaram no partido durante e após a Revolução. Também matou a 3ª geração, perseguindo todos em série, também por julgamentos farsescos, como os de Moscou.

Quase todas as pessoas que tiveram um papel organizativo do proletário até 1930 foram assassinadas. Stálin matou os trotskistas, matou os que lhe ajudaram a liquidar os trotskistas, depois matou seu aliados e os aliados dos seus aliados. O significado político destes assassinatos de gerações inteiras do movimento revolucionário foi acabar com as pessoas, das quais se destacam dirigentes, quadros, todos os que cumpriam um papel organizativo na luta do movimento operário contra a burguesia e o imperialismo. Ou seja, os stalinistas “jogaram sal na terra, para não nascer mais revolução”.

O stalinismo é o polo oposto do bolchevismo

Rui explicou também que o stalinismo, dada toda sua violência contra a revolução, só poderia ter surgido de um Partido muito revolucionário, como o dos Bolcheviques. Isto porque a política funciona através da oposição, um aspecto elementar da dialética. O desenvolvimento de tudo se dá pela constante ação recíproca dos polos. Ou seja, se há uma sociedade com uma intensa atividade revolucionária, há nela também uma intensa atividade contrarrevolucionária. Neste sentido, o stalinismo seria o “imperialismo por procuração” dentro da União Soviética. Não por acaso, a maior frente popular que já ocorreu no mundo se deu entre Stálin (URSS), Churchill (Inglaterra) e Rosevelt (EUA), vide Conferência de Yalta, que será estudada nas próximas aulas.

São José Stálin, o salvador do capitalismo

Por fim, Rui disse que “A existência do capitalismo após a 2ª Guerra Mundial é uma anomalia histórica.” Que só foi possível devido a intervenção nefasta do stalinismo.

O stalinismo surgiu num momento crucial da luta de classes e serviu para salvar o capitalismo da Revolução proletária.”

A prova disso é que a União Soviética, ao fim e ao cabo, caiu sozinha! Como um fruta podre do galho, disse Rui. Nenhum marxista nunca imaginou que a URSS cairia sozinha. Todos temiam invasões, guerras, nazismo, imperialismo, etc. No entanto, após inúmeras capitulações e políticas completamente reacionárias e de traição da revolução proletária, o stalinismo transformou o maior acontecimento histórico que a humanidade (a Revolução Russa de 1917) já viu em pó.

A 1ª aula se encerrou com um bloco de perguntas e respostas. Rui explicou como o capitalismo conseguiu uma sobrevida graças ao apoio do stalinismo na recuperação das economias capitalistas após a 2ª Guerra Mundial. Ele ironizou que essa situação, um “milagre da política”, coloca o principal expoente da burocracia soviética como uma espécie de santo do capitalismo, São José Stálin, responsável pela sobrevivência do capitalismo no século XX.

Apesar de toda a revolta que conhecer a capitulação gigantesca do stalinismo provoca ainda hoje nos revolucionários, um dos pontos altos desta 1ª aula foi quando o companheiro Rui explicou o conceito de ápice e declínio do capitalismo. O capitalismo pode ter sobrevivido com a ajuda do stalinismo, mas não haverá próxima!

Perdeu a 1ª aula? Inscreva-se! Ainda dá tempo!

Antes do início da aula, foi apresentado um tutorial do funcionamento do curso, dos grupos de estudo, da plataforma da Universidade Marxista, como o acesso à Enciclopédia Marxista e à Biblioteca Socialista. Se você perdeu a 1ª aula, não há problema, inscreva-se imediatamente no endereço universidademarxista.pco.org.br, não fique de fora da maior atividade de formação marxista do País! Mais do que um curso, um chamado à luta contra o golpe de Estado e pela revolução socialista mundial!

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