O favoritismo de Boris Johnson para assumir a liderança do Partido Conservador tem gerado uma intensa crise dentro do partido. Com a renúncia de Theresa May, que não conseguiu dar conta de resolver a crise em torno do Brexit, o partido, que tem maioria parlamentar, entrou em uma disputa para saber qual setor irá controlar o partido. Quem ganhar, tornar-se-á primeiro ministro da Inglaterra.
Johnson, que está à frente de todos os outros candidatos nas pesquisas eleitorais, é um representante da ala mais direitista do partido – favorável à saída do país da União Europeia, contra a política majoritária do imperialismo europeu.
Por isso, o ex-prefeito de Londres e ministro de May tem sido altamente criticado por grupos dentro do próprio Partido Conservador, que questionaram sua “capacidade de governar”, como Jeremy Hunt, candidato da ala financeira do imperialismo europeu.
O crescimento da extrema-direita dentro dos Conservadores é um desenvolvimento natural da crise política inglesa. Esses partidos tradicionais da direita têm naturalmente muitos políticos fascistas que os compõem. O crescimento destes grupos dentro destes partidos, como Boris Johnson, além de rachas que, na Inglaterra, originaram o surgimento de partidos tipicamente de extrema-direita ocorre por conta da falência do regime burguês “democrático”.
A polarização política e o desespero das classes médias e da burguesia levam naturalmente a um deslocamento destas classes sociais para posições mais radicalizadas.