Resultado da prévia da inflação de novembro é a maior dos últimos 5 anos, estando o Brasil com o segundo maior índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) do mundo. Embora tenha desacelerado em 0,81% a prévia da inflação acumulada para novembro é de 4,22%, ultrapassando a meta do Banco Central de 4%.
O aumento da inflação foi generalizado em novembro e a alta que se apresentava no principalmente no alimentos espalhou-se em todos os grupos de produtos e serviços. Mesmo negando o risco de possível descontrole na inflação os especialistas reconhecem a tendência preocupante de de subida acelerada da inflação em 2021.
Na economia brasileira há uma forte pressão do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) acumulado que está 31,05%, para aumentos dos preços e repasse desse aumento de custos ao consumidor. Esse aumento nos custos de produção tem seu lastro devido à desvalorização do real, ao endividamento do governo e à escassez de matéria-prima, principalmente para a retomada da economia em 2021. Esses custos ainda não foram totalmente repassados aos consumidores em razão da condição econômica do país, principalmente pelo forte presença do desemprego, mas com as condições econômicas deterioradas como estão, sem perspectiva de melhora em breve é certo esse repasse de custos do atacado para o varejo.
Embora o aumento em novembro tenha sido generalizado, os preços dos alimentos e bebidas foram os que tiveram altas mais relevantes. Esses grupos tiveram uma alta acumulada 15,02% nos últimos 12 meses.
Inflação com estas características acabar pressionando mais a população mais pobre, que comprometem maior margem de sua renda com esses itens de alimentos e bebidas. Sendo esperado que as pessoas de baixa renda sofrem mais no dia a dia com o aumento dos preços do que os números apresentados pelo IBGE.
Nas palavras de André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV: “Inflação boa é aquela dentro da meta e distribuída entre os produtos e serviços que as famílias consomem. É um problema quando está muito concentrada em um grupo só, como está em 2020”
Nesse cenário também é esperado uma alta considerável nos aluguéis que no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentaram uma alta acumulada de 2,92%, mas no Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) que geralmente regular os reajuste de contratos registrou-se uma alta acumulada de 24,25%, sendo estes fatores decisivos para a inflação de 2020 e 2021.
A realidade é que o país segue agonizando em meio às crises sanitária e econômica, sendo conduzido pelos golpistas a um caminho de convulsão social, o que preocupa parte da burguesia com a possibilidade de controle social.