Conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira (6), o preço dos gêneros alimentícios experimentaram uma escalada muito expressiva no decorrer deste ano.
O preço do arroz nos supermercados subiu 49,48%. O óleo de soja teve uma impressionante alta de 77,59%. O principal acompanhamento do arroz no prato dos brasileiros, o feijão, subiu 12,08%.
As carnes de segunda encareceram mais do que os cortes de primeira. O problema é que estas últimas não cabem no bolso de muitos trabalhadores, que acabam optando pelas primeiras. Na atual situação, o trabalhador fica com dificuldades de comprar carnes.
O músculo teve alta de 14,75% e o acém subiu 10,60%. O cupim subiu 12,49% e a costela 19,38%.
Os itens que são usados como substitutos para as carnes citadas também ficaram mais caros. O preço dos ovos subiu 7,09%. frango 8,42%, tainha 38,35% e a linguiça 15,14%.
Ainda que o preço do filé mignon tenha caído 17,51% e a alcatra 5,25%, essas carnes em geral não cabem no bolso da esmagadora massa de trabalhadores.
A política econômica do governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) está levando ao caos na vida da população brasileira. O aumento do preço dos alimentos ocorre no contexto de desemprego generalizado e aumento da miséria, penalizando ainda mais as famílias trabalhadoras. Os salários, que não têm tido aumento e sequer reajuste de acordo com a inflação, perdem o poder de compra de forma acelerada. É importante destacar que os salários de diversas categorias de funcionários públicos, bem como dos trabalhadores em geral, estão congelados.
O sentido da política neoliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes é transferir todos o ônus da crise econômica capitalista para as costas da classe trabalhadora. Conforme se verifica a deterioração das condições de vida das massas populares, um pequeno grupo de capitalistas vê seus lucros aumentarem exponencialmente. A especulação com os gêneros básicos, cada vez mais caros e inacessíveis, é uma fonte de lucro de setores da burguesia que se beneficiam da crise.
É preciso mobilizar os sindicatos, partidos de esquerda e as organizações populares pela escala móvel de salários e pela formação de comitês de controle de preços e abastecimento. Os salários devem ser protegidos da corrosão causada pela inflação e os trabalhadores devem controlar, por meio de suas organizações próprias, o abastecimento dos gêneros básicos e combater a especulação.