Em medida anunciada durante a última semana e iniciada ontem em São Paulo, o governo genocida de João Dória (PSDB) determinou uma nova variante da farsa do combate ao coronavírus, e neste 6 de abril começou a “fase vermelha” em todo o Estado. Em virtude de não ter coragem, nem interesse de aplicar recursos para o combate real a pandemia, o “científico” governador do Estado alegou o descontrole nos contágios, mortes e o virtual colapso do sistema de saúde para defender a implementação das medidas restritivas.
No entanto, em mais uma farsa, o representante direto dos capitalistas paulistas não resolverá os principais pontos de aglomeração, como os serviços de transporte público, ônibus e metrô, que a cada dia em todas as suas estações, cerca de 8 milhões de trabalhadores se locomovem, seja em horários de pico ou não, a superlotação é absurda, com milhares de trabalhadores sendo contaminados a todo minuto no transporte paulista.
Mostrando que sua fase de “combate” vermelha é apenas para defender interesses econômicos, Dória impõe que os serviços não essenciais como as igrejas e escolas, continuarão a funcionar. Assim também fábricas e obras de construção civil não irão parar, com mais milhares de contaminados a cada semana. É possível uma farsa mais grotesca?
A nova demagogia de interesse, meramente eleitoral se dá num momento em que o estado ultrapassa 2,1 milhões de infectados e 62 mil mortos por coronavírus.
Contra todo esse crime de Estado, que tem que ser cobrado pelo povo, por cada vida perdida, seja de Dória, seja de Bolsonaro e todos outros golpistas que pavimentaram a estrada do genocídio, na última quinta-feira o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou manifestação contra o governo genocida de Dória e do Secretário de Educação, Rossieli, denunciando a morte de, pelo menos, 20 docentes pela covid-19 desde o início da volta às aulas. O protesto ocorreu em frente à Secretaria da Educação do governo João Doria (PSDB), após carreata pelas ruas da capital paulista. Além de homenagear estes professores, o ato também reivindicou a suspensão imediata das aulas até que haja controle da pandemia do novo coronavírus no estado.
Segundo levantamento de sindicatos municipais e estadual dos servidores da educação, realizado no último dia 5 de março, o número de escolas de São Paulo, que tiveram contaminações é de 1395 escolas entre públicas e privadas com 2529 casos confirmados, excetuando-se os casos das escolas privadas, que em sua maioria são omitidos.
São apresentados pela Apeoesp 1.952 casos confirmados em 908 escolas, além das 2 dezenas de mortos levantados acima.
Na rede municipal de São Paulo são 256 escolas, com 577 casos de Covid-19; D acordo com levantamento de outro importante sindicato, o maior em número de filiados o Sinpeem são 165 trabalhadores do quadro de apoio. 330 entre professores, coordenadores e gestores e 10 mortos, até a última sexta feira. Na rede privada: são 231 escolas, com número não divulgado de contaminados e mortos.
Nas escolas não há a menor possibilidade de se escapar do contágio pelo Covid 19, entre dezenas de denúncias do crime de reabertura das escolas, temos:
-Salas pequenas sem possibilidade de manter distanciamento de 1,5m mesmo recebendo 35% dos alunos;
-Falta de ventilação adequada
-Álcool gel fornecido pelo governo do estado é de má qualidade;
-Máscaras fornecidas pelo estado são de má qualidade e os professores precisam arcar com o custo da compra de máscaras melhores;
-Faltam professores para aulas presenciais devido ao número de professores do grupo de risco afastados.
Em outros casos há escolas com falta de professores para dar conta das aulas à distância. Há casos em que 65% dos alunos não frequentam as aulas presenciais e não há estrutura tecnológica para responder a essa demanda.
Frente a isso, a única saída real para evitar em parte que a contaminação leve as mais de 2 mil mortes diárias que já ocorrem e que instituições de pesquisa dizem que podemos chegar rapidamente a 3 mil mortes por dia no país, em todo o país se deve seguir o exemplo dos professores da rede estadual paulista e da rede municipal de educação de São Paulo deflagrando a greve total de suas categorias e trabalhar no sentido de fechar todas as escolas.
O exemplo dos professores começa a contaminar outras categorias que pressionam suas direções sindicais a tomar uma atitude frente ao genocídio patronal que não liga para as mortes entre os trabalhadores. Como essa semana foi divulgado pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana que disse o seguinte: “Se esses números não forem reduzidos, com essas medidas que entendemos não ser suficientes para conter o contágio, a partir do dia 15 nossa orientação é que os trabalhadores deixem de ir para as fábricas”.
É hora de parar o país, greves nas escolas e demais serviços, sair as ruas, como o estão fazendo o povo paraguaio e exigir Vacina Já para todo o povo.