Uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã dessa terça-feira, 19, prendeu o presidente da Confederação Nacional das Indústrias, Robson Braga de Andrade. Ele foi acusado de estabelecer um esquema de desvio de dinheiro por meio de contratos firmados entre o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S, como, por exemplo, o Sesi.
De acordo com a Polícia Federal, tanto Robson Braga de Andrade, como outras pessoas ligadas à Confederação Nacional das Indústrias, criavam empresas de fachada para receber a verba destinada a projetos culturais. A maior parte do dinheiro, todavia, não era repassada para a execução dos projetos, ficando nas mãos das empresas fantasmas. De acordo com a Polícia Federal o esquema estava em funcionamento desde 2002.
Ao que tudo indica, a Operação da Polícia Federal contra o presidente nacional da Confederação Nacional das indústrias, bem como contra pessoas ligadas às entidades do Sistema S, é parte da política golpista da direita contra a indústria nacional. Em evento para empresários em dezembro do último ano, o ministro golpista e neoliberal do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, já havia anunciado que pretendia estabelecer um duro corte no orçamento público destinado às entidades do Sistema S.
O ataque às entidades ligadas à indústria nacional favorece diretamente os bancos e os grandes monopólios empresarias estrangeiros. É uma forma de quebrar qualquer tipo de concorrência interna por meio do desmantelamento de toda a industria nacional. O mercado brasileiro fica livre, portanto, para a exploração predatória dos capitalistas estrangeiros.
A única classe que é capaz de fazer uma luta consequente em defesa da indústria nacional, no entanto, é a classe trabalhadora. A burguesia nacional, devido às suas ligações com o imperialismo e seu caráter conservador e reacionário não consegue levar a diante esta luta. É preciso mobilizar os trabalhadores por meio de suas organizações e os comitês de luta contra o golpe, levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e de estatização de toda a indústria nacional, colocando-a sob controle dos próprios trabalhadores.