Da redação – Os indígenas da etnia Munduruku estão começando a se armar e a organizar patrulhas de vigilância para protegerem sua comunidade dos ataques de elementos a serviço de mineradores e madeireiros.
Isso ocorre em resposta às atividades de mineração ilegal no território Munduruku, na região divisória entre os estados do Mato Grosso e do Pará, especialmente em torno ao rio Tapajós. São empreendimentos clandestinos que afetam os cerca de 14 mil indígenas dessa etnia que vivem no território.
“Nunca recebemos nenhuma ajuda institucional para nos proteger”, denuncia Alessandra Korap, membro da etnia, ao portal de notícias em espanhol da rede RT. “Por isso agora vamos com nossas próprias mãos e corpos a defender a terra, não podemos esperar nem o governo nem nenhuma instituição porque já esperamos demais.”
Com já vem noticiando desde o ano passado o Diário Causa Operária, outras etnias indígenas também estão criando grupos armados de autodefesa, como os Guajajara, os Manoki e os Ka’apor.
Os Guajajara, no Maranhão, criaram a organização Guardiões da Floresta e também têm realizado patrulhas de vigilância autônoma em suas terras. Recentemente, um jovem Guajajara foi morto a tiros por madeireiros que haviam sido encontrados explorando ilegalmente as terras, após ele os encontrar enquanto fazia vigília.
Por sua vez, os Manoki realizaram seis grandes expedições de vigilância durante dias em todo o seu território, que fica no Mato Grosso, em 2019. Na metade delas, encontraram invasores com os quais tiveram que negociar sozinhos, sem qualquer amparo das autoridades tanto municipais como federais, que, como eles mesmo denunciam, estão ao lado dos mineradores, madeireiros e latifundiários.
Já os Ka’apor, também do Maranhão, formaram os guardas de Autodefesa Ka’apor.
Todos esses casos mostram que está crescendo a resistência efetiva dos indígenas contra os capitalistas e latifundiários e seus bandos fascistas apoiados pelo governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Todas as tribos indígenas que sofrem algum tipo de ameaça devem seguir os exemplos dessas comunidades e constituir comitês de autodefesa armados, porque seus inimigos que invadem suas terras estão armados e realizando verdadeiros massacres.