Ao realizar uma palestra em uma Universidade do Pará, o procurador do Ministério Público daquele estado, Ricardo Albuquerque, declarou que houve escravidão no Brasil porque os índios não gostavam de trabalhar.
Ao fazer esta afirmação o Procurador, fiel porta-voz do pensamento da direita, demostra além do usual preconceito para com a população indígena, um total desconhecimento da história brasileira, um desconhecimento carregado de intencionalidade.
A escravidão no Brasil ocorreu, e ressaltemos que foi um dos últimos países a abolir a escravatura após muita luta e sofrimento do povo negro, por ser fator fundamental para o desenvolvimento capitalista local baseado na cultura extrativista.
A população indígena que inicialmente foi dizimada pelos colonizadores não era suficiente para a dar conta do era produzido na colônia tropical. A dominação da população indígena, passava obrigatoriamente pelo enfrentamento, uma vez que ao contrário do que se propaga , a resistência dos povos tradicionais acompanha a história passada e recente do Brasil. Assim como ontem, os povos indígenas lutam por sua sobrevivência e permanência em suas comunidades, livres da exploração. Os “parentes” assim autodenominados, ao longo dos 500 anos de colonização, resistem bravamente às investidas que visavam destruir sua cultura através da opressão e escravidão.
Ao fazer tal afirmação, é demonstrada a falta de cultura típica da direita e desnuda uma das armas tradicionais dos dominadores que é atacar o povo trabalhador. Nesta linha seguem afirmações comuns de que o povo brasileiro é acomodado, que é corrupto.
Esse ataque é parte do golpe de Estado, com o governo fascista de Bolsonaro, latifundiários do agronegócio e seus bajuladores no poder, declarando fogo e prometendo claramente a dizimação das populações nativas, é parte da estratégia para que os interesses capitalistas de exploração das terras indígenas sejam facilitados.
O índio indolente, como aprendemos nas escolas, não era, não é e jamais será capaz de contribuir para a construção da grandiosa nação Brasileira e para tanto é necessário colocá-lo no lugar que este merece, que é o de pária na sociedade capitalista, tal como o quer a direita golpista.