O latifundiário Norberto Mânica, invadiu terra indígena do parque do Xingu no último domingo (27) e foi preso pela patrulha indígena que cuidava da região.
Norberto Mânica é o mandante da chacina de Unaí, ocorrida em 2004 em Minas Gerais. Ele foi responsável pelo assassinato de três auditores fiscais do Ministério do Trabalho e um motorista que estavam em uma investigação sobre trabalho escravo em área rural de Unaí. Junto dele, também são acusados como responsáveis pela chacina seus irmãos Celso, Luiz Antonio e Antério Mânica sendo este último já sido prefeito da cidade.
O então fazendeiro, Norberto Mânica, foi condenado a 100 anos de prisão, mas segue até hoje em liberdade e, pelo que tudo indica, segue interessado em terras indígenas.
A família Mânica possui grandes propriedades de terras sendo acusados de submeterem seus empregados ao regime de trabalho escravo em suas fazendas. Tudo indica que o crime em 2004 teria ocorrido para tentar impedir a fiscalização de verificarem condições impróprias para o trabalho em suas propriedades.
No atual governo Bolsonarista, latifundiários criminosos estão se sentindo mais à vontade para cometer novos crimes. Norberto, mesmo com seu histórico, segue tranquilo porque sabe que a justiça burguesa e, especialmente a justiça bolsonarista, não irá lhe condenar a nada. Pelo contrário, a justiça atual segue favorecendo os interesses de grandes latifundiários como é o caso dessa família. Não se pode acreditar que o latifundiário Norberto Mânica estava na região do Xingu por acidente. Provavelmente estava em busca de causar novos conflitos na área tendo como interesse as terras dos indígenas.
O território Indígena do Xingu foi a primeira grande terra a ser demarcada e nela vivem aproximadamente 16 povos indígenas que se encontram constantemente ameaçados por fazendeiros interessados em suas terras. A política adotada pelos indígenas nesse último domingo, de prender esse latifundiário em questão, foi totalmente positiva. Assim fizeram com objetivo de proteger o território e é desta forma que devem permanecer. Somente a organização e a autodefesa será capaz de expulsar latifundiários como Norberto Mânica, pois nenhuma instituição do governo defenderá os interesses dos indígenas e de nenhum grupo que luta pelo acesso a terra.
Nesse sentido, tendo como exemplo essa patrulha que apreendeu esse latifundiário, é necessário fortalecer cada vez mais esses grupos em comitês de autodefesa e contra invasões promovidas por latifundiários.