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Indígenas e Coronavírus

Indígenas: os mais vulneráveis entre os vulneráveis ao coronavírus

Os povos indígenas se apresentam, historicamente, como o setor da população brasileira mais vulnerável à pandemia do Coronavírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 11 de março de 2020, passa a considerar como pandemia o surto provocado pelo novo coronavírus (Sars-cov-2), que pode acometer as pessoas infectadas pela Covid-19, doença grave a ele associada, que pode levar os doentes a óbito por insuficiência respiratória. Desde então, diversas entidades e organizações ligadas aos indígenas passaram a se por em estado de alerta, pois se trata de uma população historicamente vulnerável a surtos de doenças, especialmente aquelas provocadas por vírus.

Quando chegaram ao Brasil, no século XVI, os portugueses logo perceberam essa vulnerabilidade dos nativos e passaram a, propositadamente, disseminar o vírus da gripe, da varíola e do sarampo entre eles, provocando, com isso, verdadeiro genocídio dos povos indígenas. Essa técnica de genocídio continuou mesmo durante o século XX, notadamente durante as duas décadas da ditadura militar brasileira, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

No dia 20 de março, a APIB emitiu uma Nota Pública alertando que essa situação de extrema fragilidade dos povos indígenas continua sendo uma realidade em plena crise do coronavírus. A nota também nos lembra que é um dever do poder público “apresentar um plano de prevenção e atendimento para evitar riscos de contaminação de Coronavirus nos territórios indígenas.”  Tal documento reivindica um plano emergencial que inclua as medidas que a seguir transcrevemos de forma resumida:

  1. Garantir a proteção dos territórios dos povos indígenas, especialmente dos isolados e de recente contato.
  2. Coibir a presença de invasores que praticam atividades ilegais nos territórios indígenas, como garimpeiros, madeireiros, grileiros etc.
  3. “Suspender quaisquer tentativas de despejo em retomadas dos territórios de ocupação tradicional dos nossos povos voltadas a garantir o seu direito originário, de posse e usufruto exclusivo.”
  4. Prover com dotação orçamentária adicional o subsistema especial indígena, de forma a se adequar às necessidades específicas dos “novos tempos da pandemia do coronavírus.
  5. Impedir o acesso aos territórios indígenas de pessoas não autorizadas pelas lideranças ou não vinculadas aos serviços de assistência.
  6. “Aprimorar o subsistema com medidas de prevenção e atendimento para evitar riscos de contaminação pelo Coronavirus nas aldeias, sobretudo naquelas próximas a centros urbanos ou em ocasiões de necessária assistência hospitalar. Quaisquer Plano de Contingenciamento deve ser amplamente discutido com as instâncias representativas dos nossos povos.
  7. Revogar imediatamente a Portaria n.º 419/PRES., de 17 de março de 2020, da Funai, que em seu artigo 4º, que “retira da Coordenação Geral de Índios Isolados a responsabilidade de proteger esses povos, repassando-a às coordenações regionais do órgão indigenista, mesmo sabendo que estas não reúnem quadro qualificado e condições estruturais para tal missão específica.”
  8. “Por fim, na ausência de vontade política do atual governo em elaborar um Plano de Contingência para Surtos e Epidemias, considerando as especificidades dos nossos povos, o seu modo de vida comunitário, que pode facilitar a programação rápida do Coronairus, requeremos dos organismos internacionais, principalmente da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) a disponibilização de testes em caráter especial e de urgência para as unidades de saúde indígena.”

Como o Diário Causa Operária vem denunciando, vários dos pontos levantados nessa Nota Pública da APIB vêm sendo sistematicamente atacados sem que o poder público tome quaisquer providências, ou, pior, muitos desses ataques vêm sendo cometidos pelo próprio poder público. Como foi o caso de Policiais Militares que invadiram a Tribo Xakriabá, no Norte de Minas e da recusa do Presidente da Funai em recorrer de sentença de anulação de terras indígenas no Paraná, em plena crise do Coronavírus e quando os indígenas se encontram impossibilitados de se mobilizarem por causa da quarentena.

Segundo o próprio Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em declaração feita dia 6 de abril, não existia nem mesmo previsão para a disponibilidade de testes para o Coronavírus para os indígenas, de acordo com a página Congresso em Foco na internet.

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