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Perseguição e assassinato

Indígenas denunciam que PM protege grileiros de terras indígenas

O estado do PA é, historicamente, uma violenta zona de conflito entre grileiros e trabalhadores da terra, que ainda vivem o cenário de serem perseguidos e mortos

A Associação Indígena Tembé das Aldeias Tawari e Zawaruhu fez, no último dia 14, a denúncia de assassinato do jovem Isac Tembé pela Polícia Militar do estado do Pará,  que teria ocorrido à mando de um proprietário rural de Capitão Poço, município vizinho. Não há surpresa sobre a arquitetura do crime, a PM faz o trabalho de capanga para os grandes proprietários rurais no Pará há século.

O assassinato teria ocorrido dentro das terras indígenas, – esta que seria área federal, resguardada ao direito histórico dos indígenas da região desde 1993 -, com um tiro à queima roupa no peito. Isac, 24, exercia o trabalho de professor de história na Aldeia Jacaré, território que vive o povo Tembé-Tenetehara, do qual também é membro. Ele deixa a mulher grávida de cinco meses, três filhos adotivos e uma casa em construção.

O crime teria ocorrido no dia 12 de fevereiro quando, de acordo com os membros do grupo Tembé, o guerreiro teria saído para caçar nas imediações indígenas, na TI Alto Rio Guamá, localizada no nordeste do Pará. Os líderes do grupo questionaram: “Isac Tembé caçava dentro da terra indígena e foi executado. Por que a Polícia Militar entrou na Terra Indígena, território federal, para executar nosso jovem?”.

O assassinato foi confirmado pela Secretaria de Segurança do Estado do Pará (Segup), que reconheceu a morte de Isac como consequência direta da ação da Polícia Militar. No entanto, de maneira criminosa, omitiu informações importantes do ocorrido. Segundo a Segup, em nota sobre caso

“os policiais militares foram acionados para averiguar um suposto furto de gado em uma fazenda no município de Capitão Poço, localizado no nordeste do Estado, na noite desta sexta-feira (12), em uma área escura e de difícil acesso (…) ao chegar ao local, foram surpreendidos por disparos de arma de fogo, sendo necessário agir em legítima defesa. O grupo fugiu da área”.

Os indígenas, assim como trabalhadores rurais da área já há muito tempo conhecem essa velha história mentirosa contada pela polícia, que faz o serviço sujo para os latifundiários ricos do Pará. O que não faltam são relatos de proprietários soltando o gado nas lavouras de trabalhadores pobres para justificar qualquer conflito, pressionando pela expulsão desses trabalhadores de suas terras.

O estado do PA é, historicamente, uma violenta zona de conflito entre grileiros e trabalhadores da terra, que ainda vivem o cenário de serem perseguidos, mortos e pressionados para fugirem de terras que têm posse por direito. O envolvimento da PM nos revela e denuncia a colaboração da direita criminosa, atualmente Helder Barbalho (MDB), que governa o estado dando cobertura aos latifundiários no ataque e na expulsão dos trabalhadores e dos povos originários. Ainda em nota, a Segup declara que

“No local foi encontrado um gado desossado e um revólver calibre 38 ao lado de uma pessoa que havia sido alvejada. A equipe conduziu o homem até uma unidade de saúde, que não resistiu ao ferimento e evoluiu a óbito. Se tratava do indígena Isac Tembé. A Polícia Civil investiga o caso”

A secretaria omite dados que escancaram o crime mandado como a remoção do corpo do local, a hora e a maneira que o jovem assassinado foi socorrido e o relato das pessoas que teriam presenciado. Tudo se trata de um ato criminoso dos proprietários rurais em conluio com a direita.

É preciso denunciar que, sabendo do envolvimento da PM, o poder público junto à justiça do Pará estão em conluio para expulsar os indígenas de suas terras e, para pressioná-los, realiza ataques e perseguições, se utilizando do poder público para inocentar os criminosos.

A presidente da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Puir Tembé, junto às lideranças indígenas da TI Alto Rio Guamá, exigiu punição aos criminosos e convocou o Ministério Público Federal para atuar no caso. É preciso denunciar, porém, que o poder público está infestado de serviçais desses criminosos. O governo Bolsonaro, capacho da direita, infestou as instituições públicas de capangas dos capitalistas e grandes proprietários de terra. Marcelo Augusto Xavier da Silva, hoje presidente da FUNAI, é homem de confiança dos bolsonaristas e deve complicar mais ainda a vida do povo Tembé-Tenetehara, advogando para os criminosos. Ele foi convocado justamente para isso.

Diante desse cenário, é preciso que os povos indígenas, assim como os trabalhadores da cidade e do campo, formem comitês independentes de autodefesa para mobilizar a população indígena pelo “Fora Bolsonaro!”, e para enfrentar a extrema-direita e seus aliados na medida que as circunstâncias exigirem. É preciso saber que não se pode esperar justiça das instituições golpistas que estão à serviço do governo Bolsonaro, inimigo declarado dos povos indígenas.

 

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