Na segunda-feira passada (03), mais um indígena foi morto no Maranhão. Kwaxipuru Kaapor foi assassinado com pancadas de ferro na cabeça e seu corpo foi encontrado no limite do território Indígena Alto Turiaçu com a cidade de Centro do Guilherme. O acontecimento é resultado direto do avanço da extrema direita no país e se soma aos demais ataques ao povo indígena de conjunto.
Kwaxipuru Kaapor fazia parte da etnia Ka’apor que vivem junto com Awá-guajá no território indígena Alto Turiaçu, que assim como a maioria esmagadora das terras indígenas no Brasil vivem sistematicamente ameaçados por grupos relacionados com a burguesia, que tentam invadir seus territórios, como madeireiros, caçadores, grileiros, grandes traficantes de drogas, etc.
Os Ka’apor além de sofrerem com as ameaças e o terror propagado pela direita que é responsável pelo assassinato de Kwaxipuru e de tantos outros índios há décadas; agora se encontram ainda mais vulneráveis em meio à epidemia do coronavírus que está liquidando os indígenas graças a falta de qualquer apoio eficiente do estado.
Em vídeo gravado pelo cacique Irakadju Ka’apór após o assassinato, o líder indígena faz um apelo às autoridades: “Antes de ontem, aconteceu um assassinato de um parente Ka’apor no município de Centro do Guilherme. Sempre a gente faz denúncia, manda para as autoridades, que têm muita dificuldade de atender nossa demanda.”
Pelo relato do cacique fica claro o total desprezo do estado burguês aos povos indígenas que são largados a própria sorte sem as minimas condições de vida e sob constante ameaça dos fascistas. Ao contrário do que o cacique entende, não se trata de “dificuldades” para atender as demandas dos Ka’apor ou quaisquer outros povos indígenas, mas sim da total falta de interesse dos setores da burguesia e da direita que comandam o estado em solucionar os problemas desses povos.
As autoridades burguesas não vão se mover minimamente em favor dos indígenas, muito pelo contrário é a própria burguesia a responsável por toda a precariedade em que se encontram os índios de todo o país, sendo cada vez mais explorados, sucateados e perseguidos para manter os interesses da dessa burguesia; o que também está intimamente ligado com a ascensão da direita ao poder desde o golpe.
Desta forma, esperar que órgãos da burguesia venham em apoio é pura ilusão. A unica forma de barrar as investidas da direita que assassinou o membro dos Ka’apor e que mantém os indígenas em situação cada vez pior, é travar uma luta real contra a burguesia, assim como pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
Esta mobilização deve abranger, inclusive, a organização de grupos de auto defesa e de conselhos dentro dos territórios indígenas para que os próprios índios se protejam das ameaças e ataques e trabalhem em mobilização permanente para exigir que todas as suas necessidades sejam atendidas.