O imperialismo impulsiona a censura e a repressão nas redes sociais contra a liberdade de expressão. Tal situação é resultado da profunda crise econômica capitalista, onde para conter a revolta dos setores afetados da classe operária à classe média (de direita ou de esquerda) os grandes capitalistas não medirão esforços em impor a sua vontade contra a maioria dos trabalhadores e setores explorados.
Da extrema direita à esquerda esses são os alvos do imperialismo. Exemplo recente é o caso de Glen Greenwald, que foi censurado pelo The Intercept (jornal do qual é co fundador), em novembro passado, ao tentar publicar uma denúncia que atingia o candidato Democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden.
As redes sociais, importante meio de comunicação utilizado por Donald Trump, o Facebook e Twitter censuraram e depois bloquearam a conta do presidente dos EUA por acusações de incitação à violência contra Trump, a censura avançou também para uma rede de dezenas de páginas de apoiadores de Trump no mundo.
Ficou evidente que os poderosos dos EUA e responsáveis pela política genocida dos EUA, como Wall Street, a CIA, setores do partido Republicano e a direita do Partido Democrata e os monopólios de comunicação norte-americanos manipularam as eleições descaradamente em favor de Joe Biden, mas denunciar isto neste momento é virar alvo da mesma censura.
A manobra do imperialismo que despeja suas bombas mundo afora, sem sequer avisar, agora se utiliza da brecha da “incitação à violência” para abrir caminho para a repressão e a censura de maneira generalizada em qualquer meio de comunicação.
No Brasil, perseguições semelhantes também já ocorreram como o caso de Sara Winter que foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional, criada durante os anos de chumbo da ditadura militar brasileira, e na lei de antiterrorismo. No mesmo sentido da perseguição americana, ou seja, incitação à violência, a bolsonarista vinha fazendo provocações a Alexandre de Moraes e chegou a dizer que ele “nunca mais vai ter paz na sua vida”. Após a prisão da fascista a esquerda pequeno-burguesa comemorou a ação, sem se dar conta que o mesmo tacão de ferro está apenas a aguardar o momento de usar do mesmo estratagema contra a esquerda.
No dia 12, a perseguição do imperialismo em suas redes sociais atingiu a Press TV, televisão estatal iraniana que teve sua conta removida pelo Facebook, isso sem qualquer explicação ou aviso. O mesmo foi feito com canais de imprensa russos, cubanos, venezuelanos e norte-coreanos, explicitando uma campanha de grandes proporções contra a liberdade de expressão.
Muitos dos expurgos das redes sociais, neste momento no Twitter, facebook, instagran estão sendo encaminhados e exigidos pelos serviços de inteligência do regime norte americano. Para justificar tais ataques, os pais do fascismo, ou seja, o imperialismo se coloca supostamente contra o fascismo, buscando uma aliança com a própria pequena burguesia.
A partir do momento que se restringe a liberdade de expressão, mesmo que contra um fascista como Trump, Sara Winter, ou outro desvairado, ela pode ser restrita para qualquer outra pessoa. Um direito restrito a apenas alguns setores da população passa a ser um privilégio e o movimento de luta da classe trabalhadora deve sempre lutar para acabar com os privilégios. Desse modo, lutar contra a censura feita pelos monopólios é uma questão de princípios e não de conveniência – não se deve apoiar um ataque mesmo a um inimigo político ou da luta de classes, se este ataque ofender um direito.
O apoio de setores da esquerda aos ataques à extrema direita, como não está baseado em princípios políticos, sequer há a possibilidade de verificar de antemão quais seriam atos de abuso e quais seriam atos de legítima expressão do pensamento, da crítica, do sarcasmo ou mesmo da simples piada, que também faz parte do universo do pensamento humano, e que, por isso mesmo, deveria ter a sua expressão livre aceita por uma sociedade que queira se considerar livre, democrática.
Em uma sociedade dividida em classes, cabe à classe dominante usar do seu poder para impor seus limites, de acordo com seus interesses de ocasião, fazendo uso dos seus poderes repressivos para cercear – de fato – o direito à livre expressão. E agora estão tendo o caminho livre ao ponto de que poderão usar qualquer discurso para colocar que o mesmo será uma incitação à violência. É um situação genérica que abre caminho para reprimir todo mundo. A esquerda, obviamente, será a mais atacada. A partir de agora conseguiu-se as condições políticas para um expurgo em massa nas redes sociais. Não será somente contra a extrema-direita, será contra os “extremistas”.
Todos estes ataques, incluso aqueles feitos contra Donald Trump e à extrema direita, precisam ser chamados pelo que eles realmente representam: ataques fascistas, ditatoriais. A esquerda, ao contrário de entrar na propaganda imperialista, deve denunciar esta política como uma ação fascista e brutal contra a população de qualquer nação, seja nos EUA, seja no Brasil.