Apesar de contar com algumas centenas de milhares de homens das forças armadas à disposição, o governo Bolsonaro destacou apenas 700 soldados para combater os incêndios que destroem milhões de hectares de vegetação e milhões de vidas de animais no Pantanal matogrossense.
A irrisória quantidade de homens enviados reflete apenas mais uma faceta do descaso do governo com o imenso patrimônio que representa a biodiversidade brasileira. Além do mais, interesses escusos do agronegócio brasileiro podem estar por trás dos incêndios, ou, pelo menos podem ser beneficiados por ele, afinal, morre um bioma, nasce um pasto.
Isto também ajuda a explicar a inércia do governo em combater os focos de incêndio, denunciados por ambientalistas do mundo inteiro. É como se o governo Bolsonaro estivesse torcendo para que o Pantanal pegasse fogo mesmo. O estrago feito pelo fogo é gigantesco e ainda não se sabe se poderá ser reparado. A perda de vidas de animais e plantas pode ser irreversível. Um verdadeiro cartão de visitas do Brasil está sob ameaça.
Uma ação mais enérgica do governo Bolsonaro com o envio de homens e equipamentos em volume suficiente já poderia ter dado um fim aos focos de incêndio e salvo uma parte significativa da nossa biodiversidade.
Mas, proteger o patrimônio nacional não é uma prioridade de Bolsonaro, pelo contrário, em vários sentidos este governo visa destruir este patrimônio, basta observarmos os interesses de privatizações do patrimônio público, os ataques aos serviços públicos básicos que atendem à classe trabalhadora como saúde e educação, os ataques aos direitos dos trabalhadores como a Reforma da Previdência e o atual projeto de reforma administrativa, para observarmos os interesses que regem este desgoverno.
Tudo o que este governo faz vai no sentido de beneficiar apenas os interesses mais nefastos dos grandes capitalistas nacionais e seus associados estrangeiros, em detrimento do patrimônio público nacional e dos interesses da classe que vive do trabalho.
É necessário reagirmos, precisamos ir às ruas para derrubarmos, pelo movimento de massas, este capitalista voraz que assumiu o comando do Estado brasileiro. É preciso exigirmos que o ex-presidente Lula tenha todos os seus direitos políticos restabelecidos, assim poderemos corrigir parte do desencontro que se estabeleceu no seio do país entre nação e Estado, onde o Estado se volta inteiramente para defender os interesses do grande capital e ataca sistematicamente o patrimônio nacional e a classe trabalhadora.
Só temos uma saída: fora Bolsonaro e todos os golpistas!