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Abaixo o clube-empresa!

Imprensa usa Bragantino como propaganda para a privatização do futebol

Aproveitando o curto sucesso do Bragantino, hoje controlado pela austríaca Red Bull, a imprensa capitalista busca impulsionar sua campanha em defesa do clube-empresa

Na noite da última terça-feira (05), o Bragantino, jogando em casa, no estádio Nabi Abi Chedid, derrotou o Guarani por 3 a 1 e, com o resultado, garantiu o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro do ano que vem.

A imprensa capitalista, como era de se esperar, não conseguiu esconder sua satisfação com o fato. Praticamente todas as matérias que abordaram a questão abrigavam um amontoado de elogios. “Campanha soberana”, “números impressionantes” e “Série A de braços abertos” estampavam os títulos das matérias. Os feitos esportivos da equipe, ademais, eram relatados com minúcia: classificação com cinco rodadas de antecedência, melhor ataque da competição, com 56 gols, melhor da defesa, com 23 gols sofridos, líder em finalizações, com 564 no total, jogo coletivo etc. Nem é preciso muita perspicácia para saber que o motivo de tanta euforia está no fato de que o time de Bragança Paulista é um dos mais novos representantes do chamado “clube-empresa”.

Em março deste ano, o monopólio austríaco de bebidas energéticas, Red Bull, realizou um aporte de R$ 50 milhões para adquirir o tradicional clube do interior paulista. O nome do clube passará a ser Red Bull Bragantino a partir de 2020, mas o controle já é, na prática, exercido pela empresa capitalista. São os executivos da Red Bull que dão as cartas e têm total autonomia para dirigir o departamento de futebol da instituição. Ao presidente do clube, Marquinhos Chedid, filho do velhaco cartola e político direitista que, desde 2009, empresta seu nome ao estádio, ficaram confiadas funções mais ornamentais e decorativas do que qualquer outra coisa, como representar o clube em reuniões com federações, evidenciando a profundidade do controle do time brasileiro pelo monopólio estrangeiro.

Aproveitando o sucesso imediato do time de Bragança, agora convertido em clube-empresa, a imprensa burguesa tenta alavancar sua campanha em defesa da “empresarizarição” dos clubes de futebol. O sucesso do Bragantino “repaginado” constituiria a prova da superioridade da “gestão empresarial” — leia-se: controle pelos monopólios capitalistas — sobre o modelo atual, que conserva alguns poucos resquícios democráticos, com alguma participação popular, e encontra-se baseado em associações sem fins lucrativos.

Mas, enquanto amplifica, dá destaque e celebra o efêmero sucesso do time controlado pela multinacional austríaca, a burguesia joga para debaixo do tapete a fracassada e desastrosa experiência de um outro clube tradicional, o Figueirense. Transformado em clube-empresa em 2017, a equipe de Santa Catarina afundou assustadoramente, tanto financeira quanto esportivamente. Sob a administração da empresa Elephant, o clube acumulou campanhas que entraram para a história como as piores de sua história nos campeonatos estaduais, além de ficar cada vez mais distante de sair do pântano da Série B do Brasileiro. A cereja do bolo foi a quase total bancarrota financeira do clube, que afundou em dívidas com jogadores, funcionários, comissão técnica etc.

À caça do lucro mais fácil e mais rápido, a Red Bull migra de uma cidade para outra de acordo com as oportunidades de negócios. Ontem estava em Campinas, hoje em Bragança Paulista, amanhã… aonde o dinheiro chamar. Essa é o lógica inevitável do domínio do capital sobre o futebol. Se o time de Bragança Paulista não mais corresponder às exigências de lucratividade da empresa capitalista estrangeira, pior para o time e os torcedores do Bragantino — a Red Bull não hesitará em abandonar a cidade e deixar o clube na sarjeta.

O futebol, um fenômeno popular, de massas, obra do povo pobre, negro e explorado, profundamente enraizado na cultura e na vida dos brasileiros, não pode ficar à mercê das indas e vindas dos monopólios estrangeiros, desses verdadeiros sanguessugas dos países oprimidos. Contra o domínio das grandes empresas estrangeiras, contra a privatização do futebol, contra o modelo do clube-empresa, é preciso defender o controle dos clubes e das federações pelos próprios torcedores, isto é, por aqueles que fizeram o futebol ser o que ele é hoje e que o mantêm permanentemente vivo.

 

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