O metrô de Recife chama bastante atenção pelo grande número de ambulantes que nele circulam. Embora ninguém saiba ao certo quantos são, o estimado é que haja cerca de 500 ambulantes trabalhando todo dia nas três linhas de metrô que circulam na Região Metropolitana da capital pernambucana.
Outro aspecto curioso dos ambulantes dos metrôs pernambucanos é a imensa variedade de produtos vendidos. Os ambulantes não vendem mais apenas produtos de consumo imediato, como salgadinhos, picolé e água, nem tampouco alguns aparelhos eletrônicos. No metrô, é possível comprar praticamente tudo: molho barbecue, pomada, termômetro, bolsa, salame, cola Super Bonder etc.
Não é à toa que muitos usuários do metrô falam que vão comprar alguma coisa no “metrô shopping”. A variedade de produtos vendidos faz com que haja uma grande movimentação nos vagões, movimentação esta que incomoda, naturalmente, os grandes supermercados e seus fornecedores.
Embora a quantidade de ambulantes dificulte muito a repressão policial, esta acontece com frequência, principalmente nas estações menos movimentadas. Quando acontece, é comum a Polícia Militar e os seguranças da empresa espancarem os ambulantes e apreenderem suas mercadorias. Por apreender, entende-se roubar e revendê-las.
A polícia, no entanto, não consegue reprimir os ambulantes dentro dos vagões, pois o apoio da população a estes é grande. Por isso, a Folha de S. Paulo dedicou, nessa semana, uma matéria falando dos ambulantes, tentando jogar a população contra eles.
Além de ser vergonhosa a atitude da Folha de S. Paulo, o interessante da matéria é ver, mais uma vez, a parceria do PSTU com a imprensa burguesa. Afinal, o PSTU também é contra os ambulantes pois, segundo eles, os “urubus” que perseguem os ambulantes são trabalhadores e estão apenas fazendo o seu serviço.