A partir do total acirramento da luta de classes, onde cada classe apresenta mais claramente um programa que entre si são completamente antagônicos, a população nos bairros operários se viu na situação mais crítica dos últimos tempos. Com o impulso do Partido da Causa Operária e organizações de moradores começaram a se organizar pelos seus próprios interesses. Para criar assim uma rede de ajuda mútua e também, consequência mais importante, pressionar o poder público.
Com o desenvolvimento desses Conselhos Populares, como por exemplo nas cidades de Blumenau (SC), Curitiba (PR), São Paulo (SP), São Félix do Caribe (BA), sentiu-se na necessidade da organização, agitação, e informação coletiva dos moradores a imprescindível criação de uma imprensa operária. Que, no momento, tomam forma de boletins.
Esses boletins tomam forma através da própria organização da população. Os militantes do PCO juntamente com os moradores colocam no papel as notícias de maior interesses, informes do que está sendo feito, datas e horários, as reivindicações do conselho do bairro em um boletim para convocar e ampliar as atividades do conselho.
Isto é, essa imprensa local, que se encontra na sua fase embrionária, organiza a população em torno do Conselho Popular para agrupar e agregar qualquer interessado em trabalhar juntamente com a sua comunidade no objetivo de lutar pela sua sobrevivência e a dos seus pares através da pressão no poder público durante a crise do Coronavírus, juntamente com o aprofundamento da crise econômica.
Em Blumenau, por exemplo, o conselho do bairro de Ribeirão Fresco já organizou cinco boletins consecutivos. Assim como em São Félix do Caribe, que também está no seu quinto boletim. Em Curitiba, está na sua segunda edição em direção a terceira.
Como já dizia Lênin, um jornal é um organizador coletivo. Esses boletins fortalecem os conselhos e os conselhos fortalecem os boletins. A imprensa é o meio mais importante de fortalecer e ampliar a organização dos conselhos para barrar o genocídio e lutar pelo fora Bolsonaro.