Após o jogo da seleção brasileira contra o Peru, a imprensa burguesa lançou-se em defesa do cartel da rede de televisão brasileira, colocando o uso da TV Brasil, para a transmissão do jogo, como um ataque antidemocrático.
As acusações, surgem justamente após o narrador André Marques ler textos que mandavam saudações a Bolsonaro e outros integrantes do governo, durante a transmissão ao vivo do jogo na TV estatal. O que levanta tanto o Estadão, quanto a Folha de São Paulo, é que a CBF, uma associação privada, entregou os direitos de transmissão para a TV estatal, relacionando-se em uma propaganda a Jair Bolsonaro.
Contudo, este não é o ponto principal do problema. Ambos os jornais, saíram em defesa da Rede Globo, o principal monopólio da comunicação no país, que perdeu a disputa da transmissão do jogo da seleção.
O conflito entre Bolsonaro e Globo não vem de hoje, e representa um racha dentro da burguesia golpista. A imprensa, acusa Bolsonaro de usar o futebol como uma plataforma política, uma acusação no mínimo estranha, já que em toda sua história, o futebol sempre foi um fator político utilizado inclusive – na grande maioria das vezes – pela própria imprensa burguesa em uma campanha de ataque a este esporte, que representa o povo brasileiro.
Um outro lado dessas acusações foi a comparação com o chavismo e o governo de Cristina Kirchner, dos quais, segundo a imprensa burguesa, utilizavam da TV estatal como uma maneira de autopropaganda.
Em primeiro lugar, é um absurdo comparar Bolsonaro, um fascista, com governos nacionalistas da América Latina, inclusive no caso do futebol, que para o brasileiro, representa uma defesa de seu país e sua cultura.
O conflito apenas serve para denotar a união de um setor da burguesia em defesa de um cartel que os mesmos chamam de “democrático”, em uma campanha contra o futebol e a esquerda, acentuando o conflito interno dos golpistas.