Povo reunido nas ruas sempre é um problema para a direita. Esse Carnaval demonstrou bem o porquê. Naturalmente surgiram diversas manifestações de repúdio contra o governo de Jair Bolsonaro, e de apoio à liberdade para Lula. Por isso a direita sempre procura esmagar as manifestações culturais do povo. Essa é a razão para os governos da direita, buscarem pretextos para a repressão policial, contra as liberdades democráticas dos trabalhadores, liberdade de expressão e liberdade de ir e vir.
O carnaval de Belo Horizonte enfrenta as dores do crescimento: com uma multidão que parece aumentar ano após ano, com estimativa de público, em 2019, de 5 milhões de foliões até o próximo domingo 10/03, é esperada a percepção de que a violência e a gravidade das ocorrências aumentem junto com o público. A Guarda Municipal registrou, de 28/02 a 05/03, 93 ocorrências: as principais foram de acidentes de trânsito (12), agressões (9), desacatos (7), danos ao patrimônio (6) e ameaças (5). Ainda segundo a corporação, 61 pessoas foram presas, três veículos furtados recuperados, assim como quatro celulares. Já a Polícia Militar contabilizou pelo menos três mortos, três baleados e quatro esfaqueados – entre eles dois turistas franceses roubados no Centro da cidade –, além de denúncias de estupro e de casos de ataques a homossexuais.
No entanto, apesar da violência registrada nos dias de festa ser compatível com os números grandiosos de público e aglomeração nos principais pontos, o Carnaval foi utilizado com pretexto para repressão das manifestação contra o governo Jair Bolsonaro, a reforma da Previdência e a perda de direitos conquistados com muita luta. Todo tipo de empecilho e
dificuldade burocrática foi imposto aos blocos de rua, a fim de minimizar os protestos. A co-fundadora do Angola, Nayara Garófalo, e o fundador e vocalista do Baianas Ozadas, Géo Cardoso, afirmam que a situação pegou os organizadores de surpresa. Nayara explicou que, para que pudessem desfilar, os blocos tiveram que apresentar laudo técnico, assinado por um engenheiro, aprovando o roteiro. Nayara, que integrou a diretoria da Associação dos Blocos Afro de Minas Gerais, afirmou que, contrariando a Constituição Federal, a corporação inibiu manifestações políticas pelos blocos.
A Polícia Militar pareceu preocupada em censurar os protestos políticos nos blocos de Carnaval, como ocorreu na sexta (1º) no desfile do Tchanzinho Zona Norte, o que fez o cantor Marcos Sandália e Meia lembrar no microfone “que ainda não
estamos em uma ditadura” e que “a liberdade de expressão está prevista na Constituição”. O fato repercutiu em todo o Brasil. O porta-voz da PM chegou a confirmar a recomendação para que protestos políticos não fossem feitos nos blocos, usando a argumentação que isso poderia provocar violência. Os protestos políticos em todos os blocos deram a tônica a este Carnaval 2019, arrastando foliões que manifestavam contra os golpistas de plantão, pelo Fora Bolsonaro e por Lula Livre.
Com a direita no governo a tendência a tentar esmagar as festas populares e a cultura em geral aumentam, como o próprio presidente demonstrou pelo Twitter, atacando todo o Carnaval.
É preciso se mobilizar contra esse governo em defesa das liberdades democráticas e da cultura. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!