Um artigo da Money Times, publicado nesta quarta-feira (14/04) trata da campanha de vacinação contra a COVID-19 na Venezuela. Nele, em síntese, o governo venezuelano é acusado de: 1) selecionar quem será vacinado; 2) estabelecer como critério de seleção a “lealdade ao governo”. Segundo o texto, embora os venezuelanos possuam carteira de identidade, seriam vacinadas apenas as pessoas cadastradas no programa de subsídios sociais chamado Carnet de la Patria.
Esse programa seria “desproporcionalmente (sic) concedido a pessoas que dependem de ajuda estatal e têm maior probabilidade de serem leais ao governo de Maduro.” O texto prossegue citando críticas feitas ao uso do registro, por parte de “especialistas médicos, ONGs e pela oposição pois o banco de dados em questão cobriria “apenas” 20 milhões de pessoas numa população de 28 milhões. Acrescenta ainda que o mencionado cadastro tem sido utilizado “repetidamente para condicionar o acesso a programas de alimentação, subsídios de combustível e assistência social”. O artigo ainda reproduz declaração do “líder de oposição”, Juan Guaidó, na qual ele afirma que “nem na ditadura mais cruel do mundo existe discriminação para ter acesso a uma vacina”.
Em seu expediente o sítio Money Times menciona que um de seus sócios é a “Acta Holding”, grupo que controla a “Empiricus Research”, “Inversa Publicações” e “Jolivi”, além de participação nos sites “O Antagonista” e “Seu Dinheiro”. Tais ligações permitem deduzir com facilidade que “Money Times” é um órgão de notícias pertencente a banqueiros, o que já é o suficiente para que seja classificado como parcial e para que seja considerado sem confiabilidade e sem credibilidade.
O artigo parece ser uma reprodução de um original publicado pela Bloomberg embora a busca pelo original tenha sido infrutífera. A alegação de exigência de cadastramento para que seja franqueado acesso a vacina não está respaldada em nenhum fato concreto. De onde veio essa informação? A conclusão de que as pessoas cadastradas nos programas sociais tenderiam a apoiar o governo é simplesmente absurda. Qual estatística apoia esta conclusão?
As ONGs que fiscalizam direitos humanos em países alvos do imperialismo não possuem nenhuma credibilidade e na maioria das vezes são braços do deep state estadunidense. Quanto ao “líder de oposição” Juan Guaidó, ele está totalmente desmoralizado e na verdade nem a oposição venezuelana o reconhece como líder. Representa apenas a si mesmo.
Falta ao artigo dar a conhecer ao leitor menos informado que a Venezuela na verdade tem sido alvo de um boicote impiedoso do imperialismo ianque e tem desenvolvido um esforço heroico para combater a epidemia em seu território.
A despeito de o imperialismo estar fazendo de tudo para impedir o acesso do país às vacinas, estas estão sendo adquiridas e a população está sendo vacinada. O número de mortos pela pandemia da COVID-19 no país totaliza 1.834 numa população de 28 milhões de pessoas, número baixíssimo se comparado ao número dos casos fatais no Brasil ou até mesmo em países da Europa, como por exemplo, a França.
A campanha contra a Venezuela, assim como a outros países que ousam desafiar as regras ditadas pelas potências imperialistas é mentirosa, traiçoeira e não dá tréguas. Ainda que seja difícil obter informações sobre o que ocorre nas regiões que lutam contra o imperialismo é preciso buscá-las para que a propaganda de difamação imperialista seja desmascarada.
As falsidades divulgadas contra os países que enfrentam o imperialismo visam difundir o sentimento de que não existe alternativa viável ao sistema que o imperialismo impõe. A alternativa existe, e é a luta revolucionária do povo, que, na Venezuela, viu parte dela desenvolvida.
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