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Imperialismo usa cachorro para humanizar o genocida George H.W. Bush

O labrador Sully, que cuidava do ex-presidente dos Estados Unidos George Herbert Walker Bush (1924-2018) foi fotografado pela imprensa imperialista ao lado de seu caixão. Evidentemente, trata-se de uma montagem, um jogo de cena que visa a humanizar o genocida falecido no último dia 30 de novembro por meio da dignidade do animal.

O cão tem um perfil no Instagram e um verbete na Wikipedia. É treinado para fazer companhia a veteranos de guerra, como parte do programa VetDogs, do Hospital Militar Walter Reed. Bush ficou sob os cuidados de Sully desde abril, quando do falecimento de sua esposa.

A família Bush é parte da alta burguesia norte-americana. São alguns daquelas famílias que, por assim dizer, “mandam no mundo” por serem donos de petroleiras, bancos etc.. No caso dos Bush, a família não é só uma “eminência parda”: há décadas atuam na política dos Estados Unidos – sempre no Partido Republicano (a extrema direita do país). Seu bisavô, o reverendo James Smith Bush (1825-1889), foi o patriarca político de uma dinastia que ganharia impulso com seu filho, o industrial Samuel Prescott Bush (1863-1948), proprietário da Buckeye Steel Castings Company – em associação com a família Rockfeller e Harriman. A siderurgia fabricava ferrovias e armamento bélico. Já seu filho, Prescott Sheldon Bush (1895-1972), herdaria o império industrial e financeiro da família, marcando sua entrada direta na política norte-americana ao eleger-se senador pelo estado de Connecticut em 1952, onde permaneceria por 11 anos. O congressista casou-se com uma das herdeiras dos banqueiros da G.H. Walker & Co., tendo 5 filhos um dos quais George H. W. Bush.

O jovem Bush chegou a lutar como piloto na 2ª Gerra Mundial, tendo assumido os negócios da família em seu retorno, expandindo-os para o ramo petrolífero, por meio da Dresser. Com a saída de seu pai do Congresso, ele mesmo assumiria a presidência do diretório do Partido Republicano em Harris-Texas, concorrendo por este Estado ao Senado pela primeira vez no ano seguinte e chegando ao cargo nas eleições de 1966. Como agente do imperialismo, George foi embaixador nas Nações Unidas entre 1971 e 1973, cônsul na China entre 1974 e 1975, e nada menos que diretor da Central Intelligence Agency (CIA) em 1976 e 1977. Com a vitória do democrata Jimmy Carter em 1977, Bush retornaria brevemente à iniciativa privada, dirigindo as relações exteriores em seus negócios. Já em 1980, George almejava a Presidência dos Estados Unidos, acabando como vice-presidente da chapa do Partido Republicano liderada pelo ex-ator Ronald Reagan, que governaria a potência durante toda a década de 1980, fomentando a década de ouro do renascimento do conservadorismo no mundo. Em 1988, seria ele mesmo eleito presidente, permanecendo no cargo por um mandato, até 1993.

A família Bush sempre esteve envolvida em sociedades secretas como a Wolf’s Head fundada em 1844 por James Smith Bush, a Skull and Bones de Yale e outras congêneres. São os pequenos grupos por meio dos quais a burguesia se organiza nos bastidores para organizar e promover conspirações e golpes de Estado – como a conspiração de 1933 para derrubar o governo de Franklin Roosevelt, da qual Prescott Sheldon Bush participara. George H. W. Bush não fez por menos, e parece ter estado à frente de toda sorte de ataques à classe trabalhadora global, derrubando os líderes populares, promovendo ditaduras, guerras, invasões, genocídios, a morte da juventude de seu país e das populações de países explorados em todo o mundo. A mera comparação entre os cargos que ocupou e os golpes de Estado promovidos pelos EUA na América Latina mostraria que Bush esteve por trás do endurecimento da ditadura no Brasil, bem como das sangrentas ditaduras militares no Chile – via ONU – e na Argentina – via CIA.

Mas suas grandes vitórias contra a população global ainda estariam por vir, durante o seu próprio governo como presidente. Não apenas o imperialismo lograria derrubar os regimes resultantes das revoluções socialistas do século 20, como também seria dado novo impulso à adoção do neoliberalismo no mundo, por meio do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

No campo bélico, George Bush foi o responsável direto pela chamada Guerra do Golfo – ou Primeira Guerra do Golfo – entre 1990 e 1991, em que Tomahawks de alta tecnologia caíram como chuva nas metrópoles do Iraque. Supostamente, tratava-se de mais uma “Guerra pela democracia”, mas evidentemente era uma banal guerra pela hegemonia sobre o petróleo do Oriente Médio. Mais uma guerra imperialista em que morreriam diretamente cerca de 50 mil iraquianos.

A família Bush voltaria à presidência do maior pais imperialista do mundo, por meio do filho do finado “amigo dos animais”, George W. Bush, que assumiria o comando por dois mandatos, entre 2001 e 2009. Novamente, as barbaridades seriam o legado dos Bush. Nova invasão ao Iraque seria promovida, gerando uma ocupação militar direta de uma década, em que mesmo os números oficiais são estarrecedores. Mais de 4 mil soldados norte-americanos foram mortos, e mais de 600 mil iraquianos tiveram mortes violentas causadas pela guerra – incluindo chacinas e torturas promovidas pelos próprios soldados.

Não é que, como os fantoches à frente dos governos na América Latina, os Bush sejam representantes da burguesia ou do imperialismo. Os Bush são a burguesia global, são eles os próprios cães imperialistas, sedentos por sangue. Se Sully é um pacato cão de companhia, o estadista que jazia no esquife forrado com a bandeira dos Estados Unidos era bem mais feroz. Somente a presença de um cão poderia torná-lo mais humano.

 

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