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Fraude

Imperialismo prepara vitória de Joe Biden

Candidato democrata precisa de 6 delegados para se eleger presidente dos Estados Unidos

No fim da tarde da quarta-feira (4), a agência de notícias Associated Press anunciou a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump no estado de Michigan, estado decisivo para as eleições presidenciais norte-americanas. Com o resultado, bastará apenas que o candidato democrata vença em qualquer outro distrito para se consagrar o novo presidente do país mais importante do planeta.

A vitória eleitoral de Biden, que parece ser a mais provável neste momento, não servirá, contudo, para que o Partido Democrata obtenha um controle da situação política nos Estados Unidos. Caso ganhe, Biden terá sido beneficiado por uma série de fraudes e será apoiado por uma coalizão muito complexa, que não lhe dará uma sustentação real. Os movimentos sociais que foram às ruas no último período, por exemplo, nada têm a ver com o programa do Partido Democrata, e logo entrará em conflito com um possível governo Biden, que é comandado pelos mesmos setores que integravam o governo Bush.

Mesmo que seu candidato saia vitorioso das eleições, o imperialismo já sairá profundamente desmoralizado de todo o processo. Afinal, foram meses e meses de preparação para garantir que Donald Trump não fosse eleito. Figuras como Steve Bannon foram perseguidas pela Justiça, páginas do presidente foram excluídas das redes sociais e uma chantagem internacional foi feita para que a esquerda apoiasse Joe Biden. Ainda assim, ao que tudo indica, caso eleito, Biden terá tido uma vantagem de apenas dois delegados em relação a Donald Trump. Ou seja, mesmo com toda a campanha bilionária e toda a propaganda feita pelo imperialismo, o melhor resultado será uma vitória muito, muito apertada sobre um candidato de extrema-direita, impopular e com fortes contradições com uma série de setores burgueses.

E, se a única possibilidade de Joe Biden vencer é por meio de um resultado apertado, não pode ser descartada a possibilidade de o imperialismo estar fraudando a eleição. Na verdade, essa é a hipótese mais provável. As eleições acontecem em meio a uma segunda onda da pandemia de coronavírus, sendo que os Estados Unidos são o país mais atingido pela doença. Milhões de norte-americanos votaram pelos correios, o que torna a possibilidade de fraude ainda maior. Não seria, inclusive, a única eleição fraudada recentemente: em 2000, quando disputava a Presidência com Al Gore, George Bush fraudou as eleições. Naquele ano, o resultado final só foi declarado após 32 dias.

Joe Biden sempre na frente

Desde quando foram divulgados os primeiros resultados das eleições nos distritos, o candidato do Partido Democrata sempre apareceu liderando a disputa, com exceção de um rápido momento. Isso, contudo, não correspondia exatamente à realidade, mas era parte de um mecanismo que facilitaria a falsificação do processo eleitoral. O fato é que, se somados os delegados obtidos e os delegados que os candidatos obteriam caso vencessem nos estados em que estavam liderando, Donald Trump venceria as eleições. Neste sentido, era ele quem estava liderando a disputa, e não Joe Biden.

A manipulação só foi possível porque os estados em que Joe Biden venceu as eleições tiveram seus resultados divulgados antes, de modo que a maioria dos estados onde Trump era favorito ficou por último. São os casos da Flórida e do Texas, que, juntas, contêm 12,5% do total de delegados dos 50 estados norte-americanos. Vermont, Nova Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Jersey, Delaware, Maryland, Distrito de Colúmbia, entre tantos outros, tiveram seus resultados logo divulgados. Tanto é que a diferença de delegados obtidos por Joe Biden e Donald Trump chegou a ser de 91. Até o fechamento dessa edição, a diferença era de 50 delegados; no entanto, se fossem considerados os delegados a serem obtidos nos distritos em que os candidatos estavam liderando, essa diferença cairia para apenas 2.

Michigan, Wisconsin e Nevada

Com base nessa falsificação, em que supostamente Biden sempre esteve liderando “de lavada” a disputa, as condições para fraudar o resultado em um determinado distrito se tornaram mais fáceis. Afinal, se Biden estava com uma vantagem tão ampla quanto aparecia nos resultados, uma “virada” em um determinado estado não despertaria tanta suspeita. Contudo, dois estados tiveram uma mudança muito suspeita na votação.

Embora sempre distante do número oficial de delegados obtidos, Donald Trump chegou a liderar a apuração dos votos em tantos estados que poderia vencer as eleições com 52 delegados de vantagem. Nesse momento, que correspondia à madrugada da quarta-feira (4), o presidente liderava em estados importantes, como Nevada, Michigan, Pensilvânia, Carolina do Norte e Geórgia. Dos estados cuja apuração ainda não fora concluída, apenas Havaí, Arizona, Minnesota e Maine (29 delegados) eram liderados por Biden, contra 6 distritos (83) liderados por Trump. No entanto, nos estados de Nevada, Wisconsin e Michigan, o candidato democrata passou à sua frente.

Em Nevada, Trump iniciou com uma larga vantagem, mas que foi superada por Joe Biden. Neste momento, o candidato democrata segue liderando por menos de 8 mil votos, o que deixaria o cenário completamente em aberto. No entanto, como as eleições estão sendo manipuladas em favor do imperialismo, é improvável que Donald Trump ultrapasse o Joe Biden. As bolsas de aposta, neste momento, já indicam a vitória do democrata, com mais de 70% de vantagem em relação a Donald Trump. A divulgação dos resultados em Nevada foi suspensa e só deverá ser retomada nesta quinta-feira (5).

Em Michigan e Wisconsin, o resultado foi bastante criticado por Donald Trump e por seus apoiadores, que denunciaram que os republicanos não estavam tendo o acesso devido aos locais de apuração. Em seu Twitter, Donald Trump associou as “viradas” de Joe Biden ao fato de que os democratas governam os estados de Michigan e Wisconsin:

“Ontem à noite eu estava liderando, muitas vezes de forma sólida, em muitos Estados-chave, em quase todos os lugares governados por democratas. Então, uma por uma, elas [as lideranças] começaram a desaparecer magicamente”.

Trump se declara vencedor

Durante a madrugada da quarta-feira (4), o presidente Donald Trump se declarou vencedor das eleições, mesmo sem qualquer parecer oficial. Trump ainda alegou que iria ao Supremo Tribunal para garantir que não houvesse fraude na eleição. Mas, afinal, por que o republicano assumiu essa postura?

Porque a fraude contra a sua candidatura era evidente. Mesmo com toda as suas manobras, o imperialismo não conseguiu impedir que Donald Trump tivesse uma vantagem considerável sobre seu adversário nas projeções. Assim, tendo em mente que o imperialismo buscaria inviabilizar sua reeleição, Trump decidiu se declarar vencedor para antecipar a tentativa de fraude e aprofundar as contradições entre o imperialismo e seus apoiadores.

Rudolph Giuliano, ex-prefeito de Nova Iorque e advogado de Donald Trump, também alegou fraude na eleição e afirmou que irá exigir a recontagem do votos no Arizona, em Nevada, em Michigan e em Wisconsin. A principal acusação é a de que os votos antecipados, enviados pelos correios, foram fraudadas pelo Partido Democrata, justamente por controlar o aparato burocrático dos distritos. Uma acusação mais do que razoável. No caso do Arizona, chamou a atenção a vitória de Biden porque o estado sempre teve maioria republicana. Apenas em duas eleições os republicanos perderam as eleições nesse distrito: em 1948 e em 1996.

Apesar disso, Trump ainda não chamou seus apoiadores a protestarem contra o resultado. Enquanto Trump acusa as instituições de fraude, Joe Biden, seguindo a política tradicional do imperialismo, fala em “respeito às insituições e à democracia”.

Protestos

Desde a terça-feira (3), quando terminou o período de votação, já foram registrados inúmeros protestos. Nos locais de votação, negros foram reprimidos com gás lacrimogêneo ao protestarem contra a morte de George Floyd. Em várias outras cidades, os norte-americanos protestaram contra a repressão policial. Apenas em Michigan, 13 pessoas foram presas. Em Portland, no Oregon, mais de 300 manifestantes foram às ruas protestar, boa parte deles armados e gritando palavras de ordem contra Trump. Os participantes pedem que Trump aceitem o resultado. Até o fechamento dessa edição, a polícia estava reprimindo a manifestação, alegando que “infiltrados” haviam aproveitado a manifestação para invadir lojas.

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