Há em andamento uma escalada do conflito na Ucrânia, que vem se desenvolvendo muito rapidamente desde o início deste ano. A imprensa imperialista tem tratado a questão e tentado passar a versão, como se fosse um ataque do governo russo ao país ucraniano. Porém a ofensiva partiu primeiramente do governo da Ucrânia, que tem atacado significativamente as republicas autônomas Donbass e Donetsk, que estão dentro do país, ambas de maioria étnica russa apoiados por Moscou. As ofensivas forçaram o governo russo a deslocar tropas militares para essas regiões para proteger os separatistas e a região da Crimeia. A Ucrânia por sua vez fez a mesma coisa.
Na última semana o deslocamento de tropas militares Russas na fronteira da Ucrânia e na península da Crimeia aumentou o clima de tensão e de até mesmo uma possível guerra na região. Nesta segunda-feira (5) a União Europeia e os Estados Unidos saíram a campo para prometer apoio e ajuda para Ucrânia diretamente e através da famigerada OTAN. Por outro lado um dos líderes dos separatistas da região do Donbass, afirmou que “a guerra será inevitável”. Autoridades da região têm denunciado que Kiev (capital da Ucrânia e controlada por grupos neonazistas) quer provocar uma escalada do conflito na região, ao passo que reportam maior presença de tropas ucranianas ao longo das fronteiras.
De acordo com o site de noticias Sputnik, um representante da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disse que o bloco atlântico pretende ajudar a Ucrânia no campo militar e ressalta a possibilidade de receber novos membros. “A Ucrânia é um parceiro importante e de longa data da OTAN, e nos últimos anos nós avançamos ainda mais tanto no diálogo político quanto na parceria prática.” Mostrando claramente que o conflito pode tomar proporções inimagináveis.
Os conflitos entre Ucrânia e os separatistas apoiados pelos russo já passam de 6 anos, e já custaram mais de 14 mil vidas. O conflito se iniciou quando a Rússia após o golpe de Estado na Ucrânia anexou a Crimeia como território russo, uma área estratégica que dá acesso ao Mar Morto. Os Estados Unidos e seus aliados, sentindo-se contrariados em seus interesses, impuseram várias sanções à Rússia. Neste momento as duas republicas separatistas estão na eminência de sofrer um ataque militar por parte do governo ucraniano. Inclusive o presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski já entrou em contato com o presidente norte americano, pedindo ajuda, e Biden prontamente avisou que vai apoiar o governo ucraniano e diante de qualquer tentativa de ataque do governo russo está disposto a agir.
O imperialismo busca avançar na política de cercamento militar da Rússia. Em entrevista para o canal da TV 247, Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, ao comentar sobre a questão afirma, que as agressões partiram inicialmente do governo ucraniano e que se trata de uma “guerra por procuração, ou seja, uma guerra dos Estados Unidos contra Rússia por intermédio da Ucrânia”.
Fica claro que essa escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia tem ligação direta da Casa Branca junto aos setores imperialistas da Europa afim de desestabilizar a atacar o governo e povo russo. Em entrevista que foi ao ar pela ABC News, no dia 17 de março, Biden, qualificou o líder russo, Vladimir Putin, como “assassino” e “sem alma”. E disse que “ele vai pagar o preço”, fazendo referência a uma suposta acusação de que Putin teria disseminado desinformação nas eleições e apoiado o governo Trump. Isso mostra a que veio o novo presidente norte americano, que chega já mostrando suas garras e que sua politica de guerra contra outros países será mais intensa e mais ofensiva do que a do ex-presidente.
O governo fascista ucraniano, também originário de um golpe de Estado realizado pelo imperialismo contra o ex-presidente Viktor Fedorovych Yanukovych (aliado da Rússia), demonstra ser um capacho dos Estados Unidos e União Europeia. A Ucrânia é candidata a ingressar na OTAN e as intenções do imperialismo é desestabilizar o país e atingir diretamente a Rússia, nem que para isso destrua a Ucrânia através de um conflito de grandes proporções como fizeram em dezenas de países, como por exemplo o que ocorre na Síria.