O governo da Inglaterra e dos Estados Unidos estão em franca campanha junto aos seus aliados no sentido de pressioná-los para que boicotem – pelo menos diplomaticamente – a Copa do Mundo de 2018, que será realizada a partir do mês de junho, na Rússia.
A crise se dá em torno à acusação no episódio sobre o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal, onde o imperialismo responsabiliza a Rússia – sem quaisquer provas – como autora da tentativa de assassinato do ex-agente do serviço secreto russo. Skripal foi encontrado inconsciente, junto com a filha, em um banco de um shopping na cidade de Salisbury-ING, no início do mês de março.
Se apresentar fundamentos reais, a primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, fez acusações ao governo do presidente Vladimir Putin, responsabilizando a Rússia, alegando que a substância usada no envenenamento teria sido desenvolvida no país que sediará o maior evento do calendário mundial do futebol. Como retaliação, os britânicos expulsaram 23 diplomatas russos da Inglaterra.
Na semana passada, “17 países da União Européia, EUA, Canadá, Albânia, Ucrânia, Noruega, Macedônia e Austrália, anunciaram a expulsão de diplomatas russos como represália pelo suposto envolvimento russo no caso Skripal” (site Sputnik Brasil, 27/03).
O Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Jonhson, disse, no entanto, que a seleção inglesa estará presente à Copa do Mundo, pois “ninguém quer punir os torcedores ingleses”, afirmou. A verdade é que a não ida do English Team à Rússia para a disputa da Copa abriria uma enorme crise entre o governo e a população, apaixonada pela seleção e que tem no futebol o esporte mais popular do país. Imagina a impopularidade desta medida, logo na Inglaterra.
O governo russo, por reiteradas vezes, refutou as acusações sobre a autoria do suposto atentado contra o ex-espião, classificando-as como infundadas e levianas. No plano prático, os russos adotaram as mesmas medidas de retaliação, expulsando diplomatas ocidentais e fechando o consulado britânico em São Petersburgo.
A ofensiva contra o governo de Vladimir Putin se dá no marco de uma gigantesca crise do imperialismo, que vem colhendo inúmeras derrotas políticas e militares em várias de suas zonas de interesse geoestratégico (fracasso na tentativa de golpe na Turquia; derrota militar no Oriente Médio, ‘Iraque, Síria’, etc.).
É mais do que óbvio que a pressão do imperialismo tem por objetivo a tentativa de desestabilizar os regimes que resistem e se opõem à dominação imperialista, recorrendo a todos os meios para levar adiante sua campanha de ataques, mentiras e calúnias contra os povos oprimidos de todo mundo.