Na última reunião de urgência convocada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), segunda-feria (9), após a denúncia de um suposto ataque com uso de arma química na cidade síria de Douma, situada ao leste de Damasco, onde dezenas de pessoas morreram e centenas ficaram feridas, os Estados Unidos da América mostraram que estão dispostos a “responder” a ofensiva de alguma forma, independentemente de consentimento da ONU.
Sempre sob o falso pretexto de intervir em outros países para apaziguar conflitos, o maior país imperialista do mundo chamou para si a responsabilidade de tomar alguma providência no incidente, visto que o Conselho de Segurança da ONU teria “fracassado” em proteger o povo da Síria.
Antes da reunião da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia acusado a Rússia e o Irã, aliados de Bashar Al-Assad, de estarem envolvidos com os ataques químicos, e prometeu tomar decisões importantes em breve.
O Secretário de Defesa norte-americano confirmou que ações militares na Síria não estariam descartadas, e a Primeira Ministra britânica, Theresa May, proferiu declarações responsabilizando o governo sírio e seus aliados, inclusive a Rússia, pelos ataques.
A isto o presidente russo, Vladimir Putin, respondeu como sendo como uma grave provocação e especulação, seguido da advertência do representante de seu governo na reunião da ONU, no sentido de que todo este alarde criado pelos Estados Unidos não passava de mais um episódio de “notícias falsas”, dotado de uma “retórica agressiva e grosseira”, com vistas a justificar uma ação militar na Síria, que trairia “graves repercussões”, ante a total falta de transparência na discussão da estratégia adequada para o país.
A Rússia afirmou, ainda, que estava pronta para enviar inspetores de armas ao local para vistoriar os acontecimentos, já que especialistas não encontraram vestígios de um ataque químico na cidade de Douma.
Neste contexto, o representante sírio na ONU chamou a atenção para o fato de a Síria não possui armas químicas e que o país está disposto a colaborar com investigações, afirmando também que as imagens chocantes de destruição na cidade divulgadas na imprensa foram fabricadas como em um filme de Hollywood.
Mais uma vez, nota-se que os países imperialistas usam da tática de comoção internacional para justificar a sua necessidade de invadir países e explorar seus recursos naturais e seu povo.
O caso da Síria não é diferente, e torna-se cada vez mais necessário e urgente se posicionar contra qualquer investida dos Estados Unidos, da França, da Grã Bretanha, e seus aliados, de intervir nos assuntos internos de outros países, sobretudo quando o que pretendem fazer é ocupar com bases militares, impondo seus interesses de forma mais violenta e agressiva do que aquela contida nas acusações que dirigem contra seus “inimigos”.