Aproveitando-se das explosões que destruíram parte de Beirute e deixaram mais de 300 mil pessoas desabrigadas na capital libanesa, o imperialismo tratou de se organizar para intensificar os ataques ao país árabe, onde um regime de características nacionalistas de tipo burguês governa com apoio do partido Hezbollah. Em meio à comoção causada, vários países imperialistas enviaram suas condolências para o governo libanês após a explosão, entre eles a França, cujo presidente Emmanuel Macron, realizou uma visita à antiga colônia. Oferecendo ajuda humanitária ao país, Macron aproveitou para cobrar “reformas” no país, vaticinando que caso tais reformas não ocorram, “o Líbano continuará a se afundar”.
Seguindo um roteiro muito conhecido pelos brasileiros, uma petição com 60 mil assinaturas rodou as redes sociais do país no dia da visita de Macron, solicitando que “o Líbano seja colocado sob um mandato francês pelos próximos dez anos”. Destacando problemas como “um sistema falido, corrupção, terrorismo e milícias”, nenhuma dúvida resta sobre a articulação realizada pelo imperialismo para atacat o país.
Israel, inimigo histórico do Líbano, chegou a fazer uma homenagem ao país, projetando a bandeira libanesa no prédio da prefeitura de Tel Aviv, além de dizer que sua rede de hospitais estava aberta ao atendimento de eventuais necessidades dos libaneses. Claro que isto é demagogia mas cumpre um papel no sentido de espalhar confusão. No caso israelense, que já demonstrou uma brutalidade desmedida, atacando inclusive a população civil, isto é facilmente percebido porém não se trata de um ou dois países.
O imperialismo nunca está interessado em ajudar nenhum outro país, salvo aqueles que estão sob sua mira. Palavras chave como “reformas” e “corrupção” são métodos consagrados pela propaganda imperialista para desestabilizar regimes, e no Líbano, há um componente especial que diz respeito ao conjunto da política de dominação do Oriente Médio: o Hezbollah
Principal força política do Líbano e parte majoritária do governo libanês, a referência contra o partido nacionalista aparece na petição de uma maneira um tanto óbvia ao mencionar “milícias” e “terrorismo”, acusações constantes de Israel e do imperialismo contra o partido, que tem a maior milícia partidária do mundo, superior inclusive ao exército nacional.
Além de prover a segurança do partido, a milícia tem amplo apoio no Oriente Médio em função de sua atuação nos conflitos da região, sempre contra as forças oriundas ou patrocinadas pelo imperialismo, com destacado exemplo no combate aos golpistas na guerra da Síria.
Tudo isso, nitidamente, constitui uma estratégia do imperialismo para apagar o Hezbollah na política libanesa e impor ao país um regime totalmente submisso às burguesias das nações mais desenvolvidas. O roteiro, é amplamente conhecido pela população brasileira.