A França enviou na última sexta-feira (14) 750 soldados ao Líbano sob pretexto de “ajudar” a limpar os entulhos ocasionados pela explosão gigantesca que ocorreu há duas semanas no porto de Beirute, capital libanesa. A explosão, de causas desconhecidas, está sendo usada pelo imperialismo para influenciar na política interna do país, impulsionando um verdadeiro golpe de Estado. A declaração do envio das tropas foi feita no mesmo dia em que as mesmas foram enviadas, feita pela Ministra da Defesa da França, Florence Parley, um órgão explicitamente intervencionista.
A proposta do governo Macron é feita após uma explosão de manifestações violentas, embora não massivas, que se colocam contra a força política de maior popularidade no país, o Hezbollah, e levou à renúncia dias após a explosão na capital do primeiro-ministro do Líbano. Tanto que essa clara intervenção foi aprovada pelo primeiro-ministro interino, Michel Aoun.
Vale ressaltar que essa clara intervenção é apoiada pelos manifestantes, que nas manifestações contra o Hezbollah estendem a bandeira colonial do Líbano. Mostrando, evidentemente, o teor reacionário dessas mobilizações. No momento em que o país sofre um duro ataque, com uma explosão que gerou, até agora, 171 pessoas mortes, mais de 6 mil feridos e cerca de 300 mil pessoas desabrigadas após a explosão que ocorreu no dia 4 de agosto e sucessivas aproximações do imperialismo, em especial o francês, as manifestações onde se hasteiam a bandeira do imperialismo francês e em pouco tempo se envia tropas é uma clara ofensiva golpista sobre o Líbano.
É necessário denunciar mais essa ofensiva como um ataque do imperialismo contra o Hezbollah e o governo do Líbano. Há indícios de que a explosão é um ataque do imperialismo e evidentemente está sendo usada pelo próprio para desestabilizar o país em uma convulsão social generalizada, usando da catástrofe para impor um regime de força e um governo de ocupação sobre o país, exatamente como foi feito no Iraque em 2003 e como foi a tentativa na Síria, que acabou fracassada mas gerou como resultado uma devastação nacional sem precedentes, onde o maior prejudicado foi o próprio povo sírio.
Esse é o plano do imperialismo, nesse caso o imperialismo francês tomando a frente: devastar o Líbano e impor ao povo libanês um governo de ocupação, retornar à época de colônia onde a revolta do povo era contida na violência de grupos de mercenários fascistas contratados pelo imperialismo para dominar a região. Uma política de terra arrasada e devastação nacional, um crime sem precedentes para benefício dos grandes monopólios e dos países aliados destes na região, como Israel.