As eleições nos EUA estão sendo organizadas para dar a vitória aos setores centrais do imperialismo norte-americano, ligados diretamente ao capital financeiro, os quais se agrupam no interior da candidatura do Democrata Joe Biden. Biden é apoiado por um amplo espectro político norte-americano, que vai de Barack Obama até George W Bush. Recentemente, o adversário de Biden no interior do Partido Democrata, Bernie Sanders, representante de uma ala mais à esquerda, declarou-se abertamente favorável a vitória de Biden, fazendo campanha entre os setores da juventude norte-americana para o voto naquele candidato sob a ameaça de uma vitória de Trump.
Trata-se, portanto, de uma verdadeira frente ampla no interior do regime político falido norte-americano, onde todo um setor da esquerda é chamado a dar sustentação ao candidato favorito dos grandes capitalistas e banqueiros. É importante deixar claro que Biden, apesar da alcunha de “Democrata”, é uma ameaça pior em vários aspectos do que Trump. A ala imperialista que apoia Biden é a ala que defende uma política de guerra aberta em vários locais do mundo, como no Oriente Médio, na Ásia e na América Lartina, é o setor que organizou e colocou em prática as intervenções militares norte-americanas, as quais levaram a morte milhares de pessoas em todo mundo, no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria, etc. Trata-se também da ala imperialista que levou em frente a política de golpes de estado dos EUA em todo o globo nos últimos 10 anos.
Neste sentido, a vitória de Biden não representa nenhum progresso frente a atual situação. Pelo contrário, significa o fortalecimento da máquina de guerra do imperialismo norte-americano em escala global.
Para tentar dar um verniz esquerdista à campanha de Biden, o imperialismo busca fazer demagogia com setores historicamente oprimidos da sociedade norte-americana, os quais no último período se levantaram em gigantescas e radicalizadas manifestações contra o regime, como é o caso dos negros.
Alguns meses atrás, Biden declarou que era obrigação dos negros norte-americanos votarem em sua candidatura. Nesta semana, o Twitter suspendeu contas de negros apoiadores de Trump por suposta manipulação. Trata-se de uma medida antidemocrática, feita por uma rede social privada, ou seja, um monopólio da comunicação.
O fundo político desta medida é uma ação de chantagem, demagogia e coação. É a tentativa de obrigar, por meio da censura, que todo um setor do movimento negro norte-americano apoie a candidatura de Biden. Ou seja, se integre à frente ampla.
Assim como Trump, Biden é um inimigo da luta dos negros norte-americanos. O candidato Democrata é o representante dos setores que impuseram aos negros a atual situação de pobreza, miséria e violência.
Neste sentido, nenhum dos dois candidatos representam uma alternativa progressista para os negros na atual situação política. A tarefe central dos negros norte-americanos, assim como de todos os setores explorados, a classe trabalhadora de um modo geral daquele país, é construir uma organização operária e revolucionária completamente independente do atual regime político. É necessário travar a luta pela construção de um partido operário, revolucionário e independente nos EUA.