A entidade europeia que controla em nível mundial o esporte mais popular do mundo anunciou os “melhores” do ano, obviamente conforme seus próprios interesses. Um fato que chamou a atenção e ganhou enorme destaque nas redes sociais foi a ausência de Neymar na disputa do “melhor” do ano e na “seleção” dos melhores, que seria o melhor time possível.
Para quem acompanha essas premiações da FIFA, nenhuma surpresa. O “melhor” do mundo deste ano, o polonês Lewandowsky, foi posto para concorrer com dois ótimos jogadores, que no entanto tiveram pouco destaque na temporada atual: Messi e Cristiano Ronaldo. Uma preparação para facilitar a eleição do jogador do clube alemão Bayern de Munique. Mesmo apagados no último ano, os “concorrente” foram eleitos para a seleção dos “melhores do ano”.
Enquanto o polonês atua basicamente dentro da área, dando o toque final nas jogadas de gol do Bayern, Neymar é um jogador completo e teve uma temporada de altíssimo nível pelo Paris Saint-Germain (PSG).
Como este Diário destaca com frequência, Neymar é atualmente o maior expoente do melhor futebol do mundo, que é o brasileiro. Diminuir sua importância e sua qualidade faz parte da campanha do imperialismo europeu em promover artificialmente seu futebol.
Não por acaso, a revista France Football colocou Messi e Cristiano Ronaldo numa “seleção dos melhores da história”. Uma manobra auxiliar para justificar a presença de ambos na disputa pelo prêmio de “melhor do ano”. É no mínimo ridículo pensar numa seleção dos “melhores da história” sem a prevalência absoluta de brasileiros. Por acaso Zico, Rivaldo, Garrincha, Falcão, Didi, Romário, e por aí vai, ficam devendo para os europeus no futebol? Se Pelé não fosse um consenso absoluto entre gerações de amantes do esporte é capaz que até ele ficasse de fora.
A eleição de melhores treinadores, nem vale a pena discutir, pois a campanha da superioridade dos europeus nesse posto está muito bem desenvolvida. São europeus competindo contra europeus em todas as premiações do tipo. Por se guiar fielmente pela imprensa imperialista, muitos brasileiros acabam fazendo coro com essa campanha de inferiorização dos nossos pensadores do futebol.
O prêmio de gol mais bonito foi dado justamente para o pior entre os três selecionados para a disputa. Os gols dos uruguaios Luiz Suárez e Arrascaeta (esse feito com a camisa do Flamengo) foram muito mais bonitos do que o do sul-coreano Son Heung-min, que atravessou o campo na correria, sem nenhum drible especial, um gol de pulmão não de futebol arte. A premiação do jogador do Tottenhan foi uma demonstração do poderio econômico do imperialismo inglês, que enfiou alguns jogadores na seleção dos “melhores do ano”.
Enquanto não temos premiações a partir da ótica dos brasileiros e dos nossos hermanos latino-americanos, é preciso desacreditar completamente essas premiações do imperialismo europeu, cujo objetivo é diminuir a importância do melhor futebol do mundo, que fica ao sul da linha do Equador.