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Crise na Colômbia

Imperialismo defende reforma derrotada pelo povo na Colômbia

The Economist estupra a lógica para explicar que a reforma fez fez o país explodir é boa

Contrariando a lógica e insultando a inteligência de quem observa os fatos recentes na Colômbia, o The Economist, órgão do imperialismo financeiro norte-americano, divulgou matéria em que defende como algo “extremamente necessário”, as reformas neoliberais propostas pelo presidente Iván Duque. A posição do The Economist, repercutida no Brasil pelo Estadão, não é de causar surpresa a ninguém, a não ser pelo cinismo descarado de uma argumentação falha e ilógica.

O estopim da crise

A proposta de reforma tributária enviada para o Congresso pelo governo fantoche de Duque em 15 de abril era apresentada como táboa de salvação para a crise agravada pela pandemia de covid-19, prometia atingir os mais ricos, mas também previa taxar as aposentadorias. O povo contudo, via na reforma mais um instrumento para esfolar a classe trabalhadora e parasitar o Estado para garantir os lucros do grande capital em crise. Pesquisas realizadas por órgãos da própria burguesia mostraram que 80% da população rejeitava a proposta.

Em resposta, o povo colombiano foi às ruas de sua capital, Bogotá, em grandes atos de revolta. Os manifestantes desobedeceram o toque de recolher das 20 horas, imposto sob o pretexto de combate à pandemia e atearam fogo em ônibus, delegacias e prédios públicos. Rodovias foram bloqueadas, sobretudo as que levavam a Cali, a terceira maior cidade do país, que ficou sitiada por vários dias.

Diante da fúria popular Duque recua

No dia 2 de maio o governo cedeu ao protestos e retirou a proposta de reforma, além disso o ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla, renunciou ao cargo. Tarde demais, o clima de insatisfação só crescia e os protestos escalam em número e intensidade. A resposta de Duque foi enviar as forças armadas para reprimir seu próprio povo com extrema violência. Houve dezenas de mortos e centenas de feridos nos confrontos.

Os argumentos falaciosos do imperialismo

Ainda que seja óbvio pela narrativa dos fatos acima, The Economist insiste em afirmar que a reforma era necessária, insistindo que a Colômbia tem um deficit de 8% do PIB e não arrecada impostos suficientes, sendo um dos que menos arrecada em comparação aos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), ou em suas própria palavras, “um clube de países ricos”. O que não é dito pelo jornal imperialista é quem será penalizado, ou seja, o trabalhador como de costume. Além disso comparar a arrecadação de impostos de um país pobre com a de países ricos não nem a menor lógica.

A matéria também admite que a reforma não é o único motivo de descontentamento do povo colombiano com seu governo, mas atribui a insatisfação popular a frustração do povo com Duque por promessas não cumpridas no que diz respeito a redução da violência. Na realidade o governo ditatorial é um dos maiores fatores de crescimento da violência contra o povo colombiano.

Na Colômbia, a pobreza, a miséria e as mortes pela pandemia só aumentam. Além disso, a Colômbia, por sua posição geográfica, é um país estratégico para o imperialismo que possui ali, várias bases militares. A presença norte-americana é responsável por milhares de crimes políticos contra lideranças indígenas e sindicais, o que faz do país, um dos recordista em assassinatos de líderes políticos no mundo.

Para o jornal, o acordo firmado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), permitiram o surgimento de outros grupos similares no interior do país, os quais acusa de expulsar pessoas de suas casas no campo e assassinar centenas de líderes locais, exatamente o oposto a realidade. Os camponeses sempre foram o escudo das FARC e qualquer grupo que se oponha a opressão do povo pela burguesia e a ocupação militar do imperialismo no país acab por conquistar algum apoio popular.

O imperialismo exprime através do texto de seu órgão de imprensa seu desejo de que cessem os protestos, para isso destaca que o governo Duque criaria um “fórum para o diálogo nacional” e destaca que já sinais de que líderes dos protestos poderão participar, mas adverte que o lista de exigências incluindo “a retirada de um projeto de reforma da saúde, adoção de uma renda mínima garantida e o fim da erradicação forçada das plantações de coca, entre outras queixas”, aumenta a probabilidade de que eles não deixem as ruas.

O imperialismo mostra-se preocupado que o governo possa tapear o povo, com uma “negociação” que não ceda em nada no fundamental no que diz respeito aos ataques à população e que garanta a continuidade do governo reacionário.

Derrotar o imperialismo

Para finalizar a matéria ficcional, The Econosmist revela seu verdadeiro temor, que os protestos favoreçam as forças de esquerda, sobretudo Gustavo Petro que propôs que o Banco Central imprimisse mais dinheiro para lidar com as consequências da pandemia e elogiou o líder venezuelano Hugo Chávez, a quem o jornal define com um insulto gratuito: “o socialista despótico que colocou a Venezuela no caminho da ruína”.

Os eventos ocorridos na Colômbia devem ser observados por toda a esquerda latino-americana, em especial no Brasil. Temos tido mostras nos grandes atos ocorridos no Equador, no Chile e agora na Colômbia de que o único caminho capaz de fazer recuar os golpes e as investidas antidemocráticas do imperialismo e seus prepostos é o da revolta popular, para deter a ofensiva da direita capacho do imperialismo.

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