A partir das declarações de Bolsonaro a respeito do assassinato do pai de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, durante a ditadura, diversos políticos da esquerda, organizações e parte da própria população (como em manifestações nas redes sociais) começaram a pedir o impeachment do presidente fascista e ilegítimo.
Essa não é a primeira vez que isso ocorre, mas com o aprofundamento da crise do governo e das medidas arbitrárias e posições abertamente fascistas de Bolsonaro, têm aumentado as exigências por sua saída, mesmo que de uma maneira um tanto confusa.
O pedido informal de impeachment, ao qual aderiram parlamentares do PT e entidades como a CUT, demonstra o acerto da palavra-de-ordem Fora Bolsonaro, proposta pelo PCO no dia seguinte à vitória fraudulenta do então candidato do PSL nas eleições de 2018 e utilizada das mais diversas maneiras pela população em atos espontâneos como no Carnaval ou espetáculos musicais e em protestos por todo o País.
No entanto, embora não seja errado pedir o impeachment de Bolsonaro, é preciso entender que, na eventualidade de que ele ocorra, seria uma manobra parlamentar para substituí-lo por seu vice, o igualmente fascista general Hamilton Mourão. Ele daria continuidade à mesma política “bolsonarista”. Apesar de, possivelmente, nesse caso, haver um aprofundamento da polarização política no País, com mobilizações dos trabalhadores, a burguesia tentaria salvar o golpe de Estado de 2016 e estabilizar o governo com um substituto de Bolsonaro.
O caminho mais correto a ser seguido, para evitar qualquer manobra dos golpistas diante da queda de Bolsonaro, é a exigência da organização de eleições gerais, com Lula fora da cadeia e candidato (uma vez que era o favorito da população nas últimas eleições e foi ilegalmente impedido de participar para que Bolsonaro fosse “eleito”). O povo deve ter o direito de escolher, sem nenhum filtro da direita, qual o seu candidato à presidência. Devem ser eleições amplas, que substituam as eleições fraudulentas para todos os cargos eleitos em 2018, com uma grande participação das entidades populares na própria organização do pleito, a fim de impedir uma nova fraude da direita.
Com uma campanha por eleições gerais, o movimento popular e operário poderia assumir um papel de direção na luta política em curso, impondo nas ruas a queda de Bolsonaro e a derrota do golpe, levando a uma saída democrática por fora das instituições controladas pela direita.
Mais do que nunca, a palavra-de-ordem deve ser Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições Gerais, já!