Após idas e vindas na crise interna norte-americana, o congresso dos Estados Unidos deu início às sessões de depoimentos que envolvendo denúncias contra o atual presidente, Donald Trump, alvo de um processo de impeachment.
Trump está sendo acusado de utilizar-se da política exterior do país para fins pessoais. As acusações referem-se ao caso envolvendo Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, do qual teria sido, de acordo com as denúncias, pressionado pelo norte-americano a investigar as empresas do ex-vice-presidente estadunidense Joe Biden, que, em parceria com seu filho, mantinham negócios no leste europeu.
Os acusadores dizem que Trump teria feito esta pressão em troca ajuda financeira a Ucrânia, tendo prometido cerca de 250 milhões de dólares, dos quais tinham sido entravados pelo governo dos EUA. Uma forma de chantagear o governo ucraniano em troca de informações e uma eventual prisão de Biden e seu filho.
A primeira sessão pública ocorreu nesta última quarta-feira, dia 13, no Congresso norte-americano. Porém, tais denúncias já haviam sido vazadas pela imprensa dos EUA ainda em setembro, com a divulgação de conversas entre os dois presidentes, das quais se sugeriria que o presidente dos Estados Unidos estava pressionando o ucraniano em nome de interesses políticos pessoais.
Anteriormente já havia sido feito uma sessão de depoimentos nesse mesmo congresso, porém desta vez foi realizado a portas abertas e televisionado para todo país. Na última ocasião, o embaixador dos EUA na Ucrânia, William B. Taylor, havia denunciado Trump, e agora, reforçou as acusações, dizendo que encontrou “um canal irregular de política para a Ucrânia” e que escreveu que “seria ‘uma loucura’ reter a assistência de segurança como forma de troca para obter ajuda em uma campanha política doméstica nos Estados Unidos”. Taylor também disse que uma pessoa de sua equipe teria escutado uma conversa entre o diplomata dos EUA, Gordon Sondland, e Trump, na qual o presidente teria perguntado a respeito das investigações, sendo que após a conversa Gordon teria falado a este membro da equipe de Taylor que Trump estaria se importando “mais com as investigações de Bin” do que com a própria Ucrânia, país diretamente relacionado ao caso.
Endossando o embaixador, o presidente do Comitê de Inteligência, Adam Sachiff, atacou diretamente Trump, perguntando se seria isso que os americanos deveriam esperar de Trump, verbalizando a necessidade de se fazer um julgamento político.
Além disso, Trump está sendo acusado de todos os lados. O presidente norte-americano também é dito como responsável pela demissão da ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia, tendo manchado o nome dela por meio de notícias falsas, que pressionaram Marie Yovanovitch a ser demitida.
O impeachment de Trump é um acontecimento que apareceu na superfície de uma luta muito mais encarniçada pelo controle do principal país imperialista do mundo. Trump representa um setor mais frágil deste imperialismo, ligado a setores da indústria nacional mais fracos e defensor de uma política que entra em choque com o principal setor da burguesia norte-americana, as grandes empresas multinacionais e os banqueiros. O setor fundamental do imperialismo norte-americano, que flutua entre a ala direita do Partido Democrata e o setor mais moderado dos republicanos, vem atacando Trump desde sua eleição, fora dos planos da burguesia imperialista, e agora se intensificam com a proximidade das próximas eleições presidenciais.
CNN, BBC, entre outras grandes empresas da imprensa imperialista estão buscando denunciar Trump, com o intuito de voltarem a controlar o país, na tentativa de assumir uma postura imperialista mais dura no exterior e controlar a convulsão social dentro do país. Esta luta entre diferentes setores da burguesia reflete no principal país do mundo a grande crise capitalista, ambos os setores são responsáveis pela política de invasão dos países atrasados, a grande onda de destruição destes países, a política de golpes de Estado etc. Porém, agora devido a crise encontram-se com interesses conflitantes.