Um possível impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump, continua caminhando na Câmara dos Deputados, embora tenha menores possibilidades de ser aprovado no Senado. Na terça-feira (10), os deputados democratas apresentaram as acusações contra Trump que serão votadas. O presidente republicano está sendo acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso.
O Comitê Judiciário da Câmara deve votar hoje se recomenda à Câmara que aceite as acusações contra o presidente e o denuncie criminalmente. O processo contra Trump começou em setembro, depois que apareceu uma denúncia de que presidente teria pedido ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que iniciasse uma investigação contra Joe Biden, que era um possível candidato à presidência pelo Partido Democrático nas eleições do ano que vem.
A possibilidade de impeachment estava colocada desde o início do governo Trump, que marca uma contradição interna do imperialismo. O atual presidente representa uma ala mais fraca do imperialismo norte-americano, que tem divergências com a ala dominante em relação a uma série de questões, de modo que o governo Trump constitui um governo de crise. Trata-se de uma expressão da crise do regime político norte-americano, que é consequência do colapso econômico de 2008, a partir do qual o capitalismo entrou em uma nova etapa de crise.
O impeachment de Trump é um acontecimento que apareceu na superfície de uma luta muito mais encarniçada pelo controle do principal país imperialista do mundo. Trump representa um setor mais frágil deste imperialismo, ligado a setores da indústria nacional mais fracos e defensor de uma política que entra em choque com o principal setor da burguesia norte-americana, as grandes empresas multinacionais e os banqueiros. O setor fundamental do imperialismo norte-americano, que flutua entre a ala direita do Partido Democrata e o setor mais moderado dos republicanos, vem atacando Trump desde sua eleição, fora dos planos da burguesia imperialista, e agora se intensificam com a proximidade das próximas eleições presidenciais.