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Crise se aprofunda

Impasse nos EUA: Eleição presidencial vira uma crise gigantesca

As eleições norte-americanas se aprofundam em uma gigantesca crise com paralisação de contagem de votos, mobilizações e ameaças de golpe de Estado

As eleições norte-americanas desse ano de 2020 estão se sucedendo sobre uma intensa crise de todo regime político e consequentemente sob um impasse duradouro. A disputa entre Joe Biden, candidato do partido Democrata e que possui na integra o programa do imperialismo norte-americano, e Donald Trump, líder da extrema-direita e representante dos setores mais internos da burguesia norte-americana e candidato pelo Republicano, vem se acirrando e gerou uma verdadeira paralisação na contagem dos votos. A contagem dos votos já passa de um dia, e não tem nada a ver com um problema matemático, é a expressão viva da intensa crise política que se apresenta nessas eleições.  

As eleições estão sendo marcadas por um apelo de toda imprensa burguesa mundial para um apoio amplo ao candidato do imperialismo Joe Biden de um lado, e por uma denúncia sistemática de fraude eleitoral por parte de Donald Trump e todo eleitorado do mesmo. Cenas como manifestações da extrema-direita e repressões policiais em meio as eleições estão sendo cada vez mais comuns. E são praticamente naturais que aconteçam, já que o país entrou nas eleições em meio a uma intensa polarização, vista nas manifestações contra o aparato repressivo do Estado, em especial a polícia norte-americana, que mata sumariamente a população negra do país.  

Foi visto durante já na tarde de terça-feira já uma intensa mobilização eclodindo em meio as apurações das urnas, ou seja, enquanto contava-se supostamente as cédulas, de um lado a extrema-direita sob orientação direta de Trump, com diparos em massa em nome do partido Repúblicano, chamando sua base política para ir para a rua contra a fraude eleitoral.

A extrema-direita fascista se dirigia aos colégios eleitorais para interromper as contagens. Impulsionados e orientados pela propaganda trumpista. 

 Por outro lado, se via ativistas anti-fascistas para combater os fascistas nas ruas. Isso em plena eleição. Em imagens vistas no twitter do jornal RT podemos ver a reivindicação de ativistas para que todos os votos sejam contabilizados, e sendo duramente reprimidos pela polícia. Como vemos abaixo. 

O papel de Trump nas eleições norte-americanas é o mesmo de um grão de areia em uma engrenagem. Um fator de desestabilização do regime político, tal qual o grão danifica a máquina. Trump passa longe de ser o favorito do imperialismo justamente por não integrar no seu governo o programa, basta ver seus acordos com países que antes seria impensável do imperialismo norte-americano ter qualquer acordo: Coreia do Norte, Rússia, por exemplo. Como Trump representa uma burguesia mais interna dos Estados Unidos, ele tem uma política de acordo com os países atrasados e evita a todo custo uma política belicista. Outro caso foi a crise do governo norte-americano com a pressão das Forças Armadas e dos banqueiros para não retirar as tropas da Síria, enquanto o próprio Donald Trump se mostrou favorável a retirada.   

O fato de representar a extrema-direita fascista, também é um fator de desestabilização. Nessas eleições, Trump convoca a extrema-direita a denunciar fraude nas eleições e agita no sentido de mobilizar armados caso tenha uma derrota de sua parte. O fato da polícia norte-americana ter cercado a Trump Tower para evitar um ponto de encontro dos bandos fascistas é sinal claro da desestabilização que esse cenário está provocando. 

No que se refere a mobilização da esquerda norte-americana, os grupos de antifascistas surgiram nas ruas em Washington DC (capital) e novamente cercaram a casa branca, com cerca de 1.000 pessoas na mobilização. Coisa que já foi vista anteriormente, quando Trump se escondeu em um bunker da Casa Branca, recuando diante das manifestações. 

Vimos também mobilizações intensas em Seattle, Portland e Nova York. Sendo em Nova York os protestos mais intensos. Um fato interessante é que os protestos são contra o Trump, mas nos mais radicalizados não se vê a presença da propaganda para Joe Biden. Afinal, Biden não apoia os protestos porque é mais um fator de desestabilização política do regime que ele pretende, se vitorioso, estabilizar. 

 

No meio da intensa repressão e mobilização tanto da esquerda, quanto da extrema-direita, as eleições seguem um grande impasse. Durante a tarde de quinta-feira (05/11) se viu no estado de Nevada uma suspensão da contagem de votos, chegando a parar por aproximadamente cinco horas a contagem em todo estado. O estado se mostra eleitoralmente favorável a Biden já na noite de quinta-feira, com uma diferença irrisória, que não chega a quinze mil votos, somando apenas 76% do porcentual de votos. Já na Georgia, estado onde Trump aparece favorável, a contagem é mais que acirrada, chegando a 0,2% de diferença entre os dois candidatos. Os dois estados são os mais disputados no coração do imperialismo mundial, o que acirra o impasse e impulsiona a luta de classes no país. 

Se em qualquer um dos dois colégios eleitorais por estado sair vitorioso Joe Biden ganha as eleições, em tese, afinal a disputa já está levada ao Judiciário. Trump acusa os democratas de corrupção e fraude eleitoral, ele requer a anulação dos votos enviados pelo correio que até ninguém consegue saber exatamente por onde passam, e que estão chegando ao local de contagem após as urnas. Que há fraude, Trump está certo, provavelmente há fraude de ambos os lados.

A disputa degenerou num faroeste, até por quê não é possível saber quem tem mais de 50% do apoio popular, há flagrantes denúncias de manipulação por ambos os partidos antes, durante e depois do pleito. Já não é mais um problema de sufrágio universal, é agora abertamente um problema de qual lado consegue mobilizar maiores forças.

Trump é um inimigo do povo norte-americano e mundial. Sua política de aumento da repressão, de ataque contra a esquerda, sindicatos e movimentos sociais é clara. Ele é claramente apoiado pelas milícias fascistas, que rondam as seções eleitorais. Biden, no entanto, não é mal menor. Ele é o candidato do setor principal do imperialismo, o candidato de Wall Street, o candidato da imprensa capitalista, dos monopólios da tecnologia e do complexo industrial-militar. O setor que apoia Biden é a principal força impulsionadora do fascismo em todo o mundo, mesmo que não tenha em Trump o seu candidato. Não há boa escolha entre os dois.

O aprofundamento da crise, o impasse que se segue, é o cenário mais favorável para os trabalhadores tanto norte-americanos como os trabalhadores do mundo todo. Entre as duas máfias, torcemos para que o conflito seja o mais longo possível, a crise a mais danosa às instituições norte-americanas que são, ganhe quem ganhar, o sustentáculo da ditadura que os EUA exercem sobre todos os povos do mundo.

Se dessa crise saírem desmoralizados o criminoso sistema de eleição indireta que lá vigora, se os partidos do imperialismo, republicano ou democrata, se dividirem ainda mais durante a crise, se o povo tomar as ruas e a luta de classes tomar as cidades na sua forma mais aguda, o benefício será, sem sobra de dúvida, da classe trabalhadora mundial.

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