Neste ano de 2019 vemos em todo mundo uma série de eventos que comprovam claramente a crise geral do capitalismo em que estamos vivendo. Seja na disputa interna acirrada pelo governo norte-americano, ou nas revoltas por toda a América Latina, o mundo cada vez mais vem pegando fogo e não há hoje nenhum país que fuja desta situação, tamanho o nível da crise.
Dessa forma Israel, um pilar fundamental para a dominação imperialista sobre os países árabes, está enfrentando internamente uma das maiores crises do século. Por um lado temos Benjamin Netanyahu, premiê do país desde 2009 e que até então havia sido escolhido por Reuven Rivlin, presidente de Israel, para dar continuidade ao governo, e que agora, com toda a crise gerada dentro do parlamento, Netanyahu não conseguiu a maioria necessária e sua posse fora rejeitada. Já por outro lado Benny Gantz, figura que disputa junto a Netanyahu o cargo de primeiro ministro, está também sem o apoio necessário para conseguir fechar um governo a tempo do prazo limite (quarta-feira, dia 21).
Com este desenvolvimento Israel encaminha-se novamente para as eleições, a terceira apenas neste ano, uma importante representação do estado cada vez mais crítico em que o país se encontra.
A crise gerada no parlamento é um reflexo do já ocorre por todo mundo. Na Europa, países como Espanha, Inglaterra, entre outros, passam por enormes crises dentro de seus parlamentos, culminando no enfrentamento entre diferentes setores da burguesia imperialista. Junto a isso, vemos por toda parte o domínio imperialista aos poucos perecer, rachar frente as mobilizações populares, sobretudo ao lembrar-se dos movimentos separatistas que tomam estes países por toda Europa, fortes revoltas que podem gerar uma quebra do território de seus territórios, vide o caso da Catalunha.
Outro ponto marcante na crise de Israel deve-se a grande pressão da população árabe, extremamente esmagada sob seu território e que em inúmeras oportunidades demonstrou sua gigantesca indignação a respeito do domínio do Estado fascista de Israel em toda a região. Por isso, temendo a população que hoje vive esmagada dentro de seu próprio país, a burguesia israelita e o imperialismo buscam tomar ações cautelosas frente a formação de um novo governo, pois, caso o mesmo processo de implosão social que ocorre em todo mundo venha a acontecer em Israel, todo o domínio imperialista sobre o oriente médio pode ser seriamente ameaçado.
Israel, como um Estado artificial, criado pelo imperialismo fascista com o objetivo de por em baixa de suas botas toda a população árabe, agora vê com cautela os rumos a ser tomados. Netanyahu já é uma figura muito queimada, Benny Gantz é minoria, não tem a força política desejada, e por outro lado Avigdor Lieberman, líder de um terceiro partido, está hoje tornando-se a peça chave para a formação de um sólido governo conforme os interesses imperialistas. O desenvolvimento desta situação só poderemos ver daqui para frente, porém, assim como todo o mundo, a população árabe está cada vez mais a ponto de explodir em uma grande revolta, e isso o imperialismo teme.