Na última quarta-feira (8), 680 imigrantes foram presos por funcionários da imigração do governo norte-americano no estado do Mississípi. As prisões foram todas feitas em fábricas de alimentos, sendo a maioria dos imigrantes latinos. Segunda noticiado pela imprensa burguesa, essa teria sido a maior operação em locais de trabalho na última década.
A repressão aos imigrantes é uma das principais pautas da extrema-direita norte-americana – tendo sido, inclusive, um dos aspectos mais presentes na campanha do atual presidente, Donald Trump, durante as eleições. Trump chegou até mesmo a prometer a construção de um muro para impedir que mexicanos emigrem para os Estados Unidos.
A política de repressão aos imigrantes é, conforme ficou explicitado na operação dessa quarta, uma política de repressão aos trabalhadores dos Estados Unidos. Oriundos de países devastados pela política de rapina do imperialismo norte-americano, tais imigrantes são superexplorados ao chegarem em território norte-americano, vendendo sua mão-de-obra a um preço baixíssimo.
Por meio do discurso da repressão à imigração “ilegal” – isto é, a imigração daqueles que o governo norte-americano prefere forçar a uma situação de ilegalidade para ter sua mão-de-obra desvalorizada -, Trump também cria condições para atacar os próprios trabalhadores norte-americanos e a população pobre em geral. No caso das fábricas de alimentos, todos os funcionários legalizados também foram tratados brutalmente pela polícia norte-americana, que tem um longo histórico de racismo e truculência.
A política de repressão aos imigrantes é uma política criminosa da burguesia e da extrema-direita norte-americana contra seu próprio povo e contra os povos dos países atrasados. É preciso, portanto, denunciar e combater todo tipo de repressão advinda do Estado capitalista.