Está completando 4 anos de guerra entre Iêmen e a coalização de países árabes liderada pelos Emirados Árabes Unidos e Arabia Saudita. Em decorrência dessa guerra, o Iêmen passa pela pior crise humanitária do mundo: são cerca de 22 milhões de pessoas passando por restrições alimentares e outras 8,4 milhões em situação de fome extrema, segundo dados do Gabinete das Nações Unidas para a coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA).
Essa situação de calamidade foi agravada pelas restrições à importação de alimentos e combustíveis impostas pela Arábia Saudita ao Iêmen em situação semelhante aos embargos econômicos impostas pela política imperialista dos EUA e do FMI sobre a Venezuela, gerando uma crise proposital de falta de alimentos e remédios.
Segundo depoimento de um funcionário das Nações Unidas, que demonstrou particularmente preocupado com a diminuição recente das importações comerciais de comida através dos portos do Mar Vermelho, diz Mark Lowcock, coordenador de Ajuda de Emergência das Nações Unidas.
A guerra da coalizão contra os rebeldes iemenitas Houthis (xiitas) deu-se porque estas milícias nacionalistas derrubaram o presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, governo que era apoiado pelos sauditas. Desde 2015, então, a Arábia Saudita lança bombardeios em cidades onde supostamente são encontrados rebeldes, assassinando milhares de civis (a OMS estima que cerca de 10 mil civis já foram mortos e 60 mil foram feridos desde março de 2015).
Ocorre que por trás da maioria dos crimes contra a humanidade do mundo e desse conflito está o imperialismo norte-americano que se utiliza da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos como fantoches. Os bombardeios aéreos nas cidades do Iêmen e o reabastecimento dos aviões dos sauditas e dos EUA foram auxiliados pelo exército norte-americano e até 2015, cerca de 90 bilhões de dólares em armamento do imperialismo norte-americano foram vendidos aos sauditas (Al Jazeera News).
Trata-se então de uma guerra controlada pelo imperialismo norte-americano que usa dos fantoches da coalizão (Arábia Saudita e EAU) para ampliar a dominação imperialista na região, coordenando uma guerra criminosa contra a população do Iêmen e que ainda agrava a crise humanitária, impondo restrições ao envio de alimentos ao Iêmen que é o país mais pobre do Oriente Médio, matando o povo de fome. É essa a política do imperialismo: maquinar guerras, assassinar civis em massa e matar de fome.