Foi resgatada no bairro de Alto Pinheiros, em São Paulo, uma idosa de 61 anos que vivia no trabalho em situação análoga a escravidão, além de ter sido abandonada na casa dos antigos patrões, que se mudaram recentemente sem avisar. A denúncia foi feita pelo Disque-100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A história da mulher com a família em questão já dura desde 1998, quando Sônia Corazza, mãe de Mariah Corazza Üstündag, atual “patroa” da mulher, a contratou como empregada doméstica, onde trabalhou até 2011 sem direito a férias e ao décimo terceiro salário, e também sem registro em carteira. No ano de 2011, a idosa perdeu sua casa em um desabamento e segundo relato a equipe que a resgatou, Sônia lhe ofereceu abrigo. A partir de então ela não recebia mais salário fixo e em 2017 ela se mudou para a casa onde foi resgatada, onde na época Mariah pagava apenas R$200 por mês para a mulher.
A idosa estava morando em um quarto nos fundos da casa, que mais parecia um depósito, cheio de cadeiras e outros materiais amontoados e um sofá velho era usado como cama, e não havia acesso à um banheiro. Segundo a denúncia, quando soube que os patrões haviam deixado a casa, ela decidiu ficar no imóvel até receber os salários que não recebeu nos últimos anos.
Mariah Corazza Üstündag chegou a ser detida na quinta-feira (18) mas foi solta após pagar fiança de R$2.100. Em seu perfil numa rede social, Mariah é identificada como executiva de uma grande marca de cosméticos, e sua mãe Sônia Corazza, é uma conhecida cosmetóloga que trabalhou em vários projetos de produtos de beleza no Brasil.
Mais um caso em que trabalhadoras são submetidas a verdadeira escravidão em seus postos de trabalho, sendo exploradas e completamente humilhadas vivendo em condições desumanas nas mãos da classe burguesa.