Desde sempre, Bolsonaro se declara um apoiador de ditaduras militares. Nem após a vitória eleitoral, conquistada por meio da fraude que teve como ponto central o impedimento legal da candidatura do ex-presidente Lula, ele tem procurado disfarçar essa predisposição.
Na última terça-feira, o presidente fascista esteve no Paraguai para cerimônia de nomeação da nova direção da Itaipu Binacional. Em seu discurso, fez questão de elogiar a ditadura de Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai por 35 anos. Bolsonaro discursou ao lado do presidente paraguaio, Abdo Benitez, filho de um stroessnerista, e gritou “esquerda nunca mais” ao final. Referiu-se ao ditador Stroessner como um “estadista de visão”.
O fato é que Stroessner era pessoalmente tão monstruoso como a ditadura implantada em seu país. Em depoimentos durante a Comissão da Verdade, foi denunciado que – além de inúmeros crimes contra a humanidade – o alto escalão militar mantinha presas meninas entre 10 e 15 anos, capturadas pela ditadura para servirem de escravas sexuais. As que eram consideradas mais graciosas eram levadas ao ditador.
Declarações deste nível não são fortuitas, e servem para evidenciar o caráter fascista do governo ilegítimo e sua a disposição de Bolsonaro em se inspirar nos regimes mais cruéis e repressores que a América Latina já testemunhou. Estes regimes são especialmente opressores contra as mulheres, que precisam se mobilizar – junto com os demais setores explorados – em comitês de de luta e de autodefesa contra o avanço fascista na América Latina.