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Identitarismo é a política do imperialismo: Globo defende que racismo é culpa do indivíduo

Nesta terça-feira (20), matéria escrita por Dodô Azevedo foi publicada no portal G1. Intitulado “O negro inconveniente”, o texto lançou as bases ideológicas do imperialismo, que utiliza dos meios de comunicação burgueses, como o pérfido grupo Globo, para disseminar a política do identitarismo, ignorando a totalidade do sistema que até hoje desenvolve-se do secto engendrado nas raízes do sistema de exploração do homem pelo homem, jogando assim toda a responsabilidade no indivíduo. Desta forma, vale aqui analisarmos a questão sob um ponto de vista marxista, demonstrando a profusa debilidade das análises dos jornais burgueses, expondo-lhes seus vis interesses que – ao fim e ao cabo – intentam contra todas as organizações dos setores oprimidos.

Já no início do texto, o autor levanta o questionamento sobre quem são os responsáveis pelo genocídio dos negros no Brasil, que, segundo ele, inicia-se em 1831 no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, e vai até 2018, onde a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. Seu parco entendimento acerca da estrutura e da superestrutura social é aparente. Logo, nega o papel da polícia, do governo e da imprensa ao defender que, dentro dessas organizações, há negros comprometidos com a causa, conscientes. Completa dizendo que os responsáveis pelo genocídio dos negros no Brasil são os fracos. Ora, caro autor, diante de toda a estrutura social (lastreada no sistema de salários, cujo negro é claramente o menos beneficiado e no qual as classes dominantes acumularam vultuosas somas de capital através da exploração do trabalho escravo) e da superestrutura (polícia e outros braços armados da burocracia burguesa), o problema reside no indivíduo?

Segundo o autor, “os responsáveis pelo genocídio dos negros no Brasil são os que não têm força o bastante para entender que não vivemos em uma sociedade com as mesmas oportunidades para todos. Os que não têm força para reconhecerem seus privilégios. E também o contrário, os que não têm força para postular os privilégios que não foram dados a si, sua família, sua comunidade, sua raça.” Caro, Dodô, seria então uma questão de força? Mas que força é esta? A força do indivíduo que não consegue penetrar na rígida estrutura social?

Para entender as raízes do idealismo, típico do pensamento burguês do autor, um prólogo poderia vir à frente do seu texto, com o trecho que o mesmo escrevera: “O ser humano, em geral, é um fraco. Para tudo preferimos soluções fáceis. Desde quando habitávamos as cavernas, preferíamos rezar para chover em nossa lavoura do que nos darmos ao trabalho de construir um sistema de irrigação controlável…” Dadas as considerações do prodigioso autor, fica claro então o pensamento desenvolvido na metafísica, isolando os corpos para entender o conjunto do sistema – ignorando a dialética materialista. Caro autor, não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a sua consciência. O ser humano não é em geral fraco, mas torna-se fraco ou forte em decorrência do seu legado histórico ou das condições materiais que lhe apresentam.

Com seu talento para cuspir estultice, afirma: “Há fracos, também, de todas as raças e etnias. De todos os tons de pele. Os fracos estão em todo lugar. Entre negros, inclusive, é (sic) minoria os que encontram forças para serem inconvenientes. A vida do fraco, do sem consciência, é mais fácil. A ignorância, essa bênção.” Então, os que não são “fracos” segundo a teoria do grande analista, seria por pura benevolência? Seria realmente mais fácil e cômodo se dar como fraco, vencido?

Por fim, o grande analista das questões sociais propõe que o dia da consciência negra poderia, então, ter outro nome: “Dia da força. Dia da coragem. Dia da reflexão. Dia da autocrítica.” E, termina: “Chamemos de Dia da Consciência”.

Após toda a exposição do pálido pensamento coordenado pelo imperialismo – que ao buscar definir todas as lutas democráticas como lutas identitárias, inferimos através das próprias contradições representadas pelo pensamento individualista – onde o indivíduo é o responsável pelos acontecimentos que o rodeiam, as bases do pensamento liberal burguês, conduzido pela moral burguesa. Na perspectiva marxista, todas as lutas democráticas devem ser lutas organizadas e experimentadas ao máximo para que evoluam em consonância com a consciência de classe e levem a cabo o capitalismo e sua moral construída sobre alicerces que a erguem e dominam o pensamento vulgar como o do inconveniente autor de “O negro inconveniente”.

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